Eduardo Cunha, a suspeita de propina de R$ 45 milhões e a relatoria de Cássio em emenda: “Eu tive prudência”
Uma das polêmicas do final de semana e que repercutiram muito nas redes sociais diz respeito à denúncia de que o deputado Eduardo Cunha, presidente da Câmara Federal, teria recebido R$ 45 milhões para aprovar uma emenda favorável ao Banco BTG Pontual. Em sua defesa, Cunha disse nada ter recebido do banco e ainda apontou o senador Cássio Cunha Lima de ter sido o relator da Medida Provisória.
Cássio confirmou ter relatado a Medida Provisória, enviada pela presidente Dilma, mas o tucano lembra que apresentou emenda para evitar o beneficiamento de situações pretéritas: “A proposta foi aprovada como o Executivo enviou com apenas uma emenda minha, que atualiza a legislação brasileira para uma norma internacional sobre o sistema financeiro. Mas, eu tive a prudência, o zelo, a transparência para não se aproveitarem da medida para situações já ocorridas,”
Segundo Cássio, “o texto enviado pelo Governo Federal gerava dubiedade, e por isso, fiz questão de apresentar a emenda, e no plenário do Senado, todo encaminhamento que fiz foi para chamar a atenção para que a Medida Provisória não surtisse efeito em situações passadas, com beneficiamentos indevidos.”
A Medida Provisória 608 foi aprovada em 2013. Ela permite ao Banco Central determinar a extinção de dívidas dos bancos ou sua conversão em ações quando julgar ser preciso preservar o “regular funcionamento do sistema financeiro”, segundo critérios estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Confira a postagem de Eduardo Cunha…
“Boa noite a todos
Quero desmentir com veemência o que está saindo nos jornais online acerca de uma anotação de assessor do senador Delcidio do Amaral (PT-MS).
É um verdadeiro absurdo e parece até armação aparecer uma anotação com uma pessoa que não conheço citando coisas inexistentes. A Medida Provisória citada na suposta anotação foi relatada por um senador do PSDB, o paraibano Cássio Cunha Lima, e eu nem participei da comissão que analisou a MP 608/2013.
Desminto o fato e coloco sob suspeição essa anotação. É incrível transformar uma anotação em acusação contra mim, e mais, citam um suposto encontro com pessoas que não conheço, assim como não conheço o assessor de Delcidio.
Repito, o fato é falso. Por que não esclareceram com o tal assessor essa anotação? Amanhã qualquer um anota qualquer coisa sobre terceiros e vira verdade?
Desafio a provarem qualquer participação ou emenda minha que tenha sido aprovada nessa medida provisória. E mais, a MP, ao que parece, saiu como o relator do PSDB colocou no seu relatório na comissão, o que desmente a alegação de que eu tenha participado.
É muito estranho sair essa notícia colocando o foco em mim, como se fosse um documento que comprove a minha participação. Nada mais é do que uma anotação encontrada com um assessor de Delcidio que nem sei se é verdadeira.
Estranho também é que no dia 8 de novembro já havia saído uma nota plantada disso, que já foi desmentida por mim. Isso cheira à armação. Estou revoltado com essa divulgação absurda de um fato absurdo e falso.
Havia duas emendas minhas nessa MP que foram rejeitadas. Uma para acabar com Exame da OAB e a outra era exatamente o contrário do que estão acusando. Minha emenda tiraria a possibilidade do tal benefício que me acusam de aprovar.
Isso não passa de uma anotação inverídica que me acusa de aprovar emenda que é justamente o contrário da emenda que apresentei e foi rejeitada. Ou seja, propus o contrário do que essa suposta anotação acusa.”