EM VIAS DE DELATAR Gilberto sofre novo revés e irá responder na Justiça Comum por apropriação indébita
De todos os envolvidos na organização criminosa desbaratada pela Operação Calvário, o ex-procurador Gilberto Carneiro é, sem dúvida, um dos encrencados, além do chefe Ricardo Coutinho. Gilberto tem colecionado um revés após outro. Já foi condenado por falsificação de documentos, denunciado por peculato e envolvimento no escândalo do Propinoduto e, agora, sofre nova derrota nos tribunais.
Seguinte: na denúncia apresentada contra ele por apropriação indébita de um automóvel doado pelo empresário Mauro Bezerra, da Líder Limpeza Urbana, à campanha de Rômulo Gouveia (em 2010), seus advogados tentaram levar o processo para a Justiça Eleitoral. O juiz Giovanni Porto (5ª Vara Criminal) até acatou os argumentos dos advogados, mas o Tribunal de Justiça, não.
Durante o julgamento na Câmara Criminal, os desembargadores Arnóbio Alves Teodósio (relator) e Ricardo Vital de Almeida (revisor) já tinham votado, semana passada, a favor do recurso apresentado pelo Ministério Público para manter o processo na Justiça Comum. O desembargador Benedito da Silva havia pedido vistas, mas, nesta terça (dia 29), decidiu seguir com o relator.
Outros processos – Gilberto também responde por outras ações, dentre elas, no Conselho Federal da OAB, onde foi denunciando por uso irregular do registro da ordem para assumir a Procuradoria-Geral do Estado. Também foi denunciado por promoção supostamente ilegal dentro do Ministério Público, onde é servidor concursado, mas como funcionário de apoio e não como promotor.
Delação – Nos últimos dias, intensificaram-se os comentários indicando que Gilberto estariam disposto a assinar os termos de uma delação premiada. Como pessoa muito próxima do ex Ricardo Coutinho, e também considerado operador para a seara jurídica da organização criminosa, talvez Gilberto ainda tenha a acrescentar informações relevantes sobre o mecanismo montado no Estado para saquear os cofres públicos.