Energisa usa “gato” para dar golpe no consumidor. Vai ficar por isso mesmo?
Num país sério estavam todos no paredão. Causa náusea saber que funcionários da Energisa venham patrocinando golpes contra o consumidor, o tal do “fio preto”, para alcançar as metas de fiscalização de “gatos” impostas pela companhia. Um saque ao bolso do consumidor, maior do que a empresa já impõe com suas taxas exorbitantes.
Aliás, o consumidor paraibano não anda com sorte. Primeiro, em vários locais do Estado, tem sido vítima dos frequentes apagões que, em muitos casos, provocam queimas de equipamentos eletrônicos. Depois, veio a descoberta que o senhor governador, em parceria com a empresa, alterou as faixas de consumo no Estado, para reduzir os efeitos da redução das tarifas, decretada pela presidente Dilma.
Agora, essa novidade. A empresa que anda fazendo propaganda contra o “gato”, o seja o desvio de energia, ela mesma patrocina, através do estímulo aos seus funcionários, um outro tipo de “gato”, aquele vai direto ao bolso do consumidor. E, pior que isso: faz o cidadão a se sentir culpado e constrangido por algo que os seus funcionários praticam.
E olha que a denúncia foi patrocinada por um funcionário da empresa, que mostrou exatamente como agem os contraventores, estimulados pela política da empresa de cumprir metas para não perder seus empregos. Um crime contra o consumidor, que não pode passar em branco. Trata-se de uma prática de gangster.
Na verdade, talvez tenha chegado de fato o momento da Paraíba começar a rediscutir a concessão de energia para a empresa. Não é de hoje que se avolumam queixas contra a companhia, que chega, entre outros, a pendurar os usuários na Serasa e SPC, por contas em atraso, antes de encerrar as negociações. Esse também um crime grave contra o consumidor.