Para quem arrotou arrogância, ao dizer que não ficaria preso nem mais dois dias, logo após sua detenção na Praia do Janga, em Pernambuco, o pediatra Fernando Cunha Lima não parece bom de futurologia. Durante audiência de custódia, nesse sábado (08/03), a Justiça de Pernambuco manteve a sua prisão preventiva.
O médico, preso na última sexta-feira, após quatro meses foragido, é acusado de abusar sexualmente de crianças durante consultas em João Pessoa. Há pelo menos seis acusações contra Fernando Cunha LIma, inclusive uma da parte de uma sobrinha, que o acusou de molestar sexualmente, quando ela era ainda menor.
Após sua prisão, o pediatra foi trazido a João Pessoa, atendendo pedido da Justiça paraibana, mas logo seguiu para Pernambuco, onde participou da audiência de custódia.
A sua prisão, como se sabe, foi decretada em 5 de novembro, mas, desde então, a Polícia Civil vinha tentando cumprir o mandado contra o acusado, que foragiu. Seus advogados recorreram ao Superior Tribunal de Justiça, que manteve a sua prisão preventiva. Ele também recorreu ao Supremo Tribunal Federal, que analisa o feito.
A sua defesa também defendeu prisão domiciliar, mas, durante a audiência de custódia, a Justiça concluiu que caberia ao Poder Judiciário da Paraiba analisar esta possibilidade Com isso, o médico, de 81 anos, seguirá detido no Centro de Observação Criminológica e Triagem, em Abreu e Lima, no Grande Recife.
Pena – Em agosto de 2024, a Câmara aprovou o Projeto de Lei 2526/24, alterando o Código Penal, para aumentar a pena do crime de estupro contra crianças. A pena, atualmente prevista de 6 a 10 anos de prisão, passará a ser de 12 a 20 anos.