ESTÁ SEM CRÉDITO… Justiça nega habeas corpus e mantém prisão de pastor acusado de desviar R$ 2 milhões usando cartões de fiéis
Se o Padre Egídio, acusado de liderar o escândalo do Hospital Padre Zé, tem demonstrado sorte com a Justiça, o mesmo não se pode dizer do Pastor Péricles Cardoso, suspeito de patrocinar um golpe milionário contra fiéis de sua congregação, em João Pessoa. Cerca de 30 pessoas teriam sido vítimas do pastor.
O juiz Eslu Eloy Filho, convocado como desembargador do Tribunal de Justiça da Paraíba, rejeitou, nessa quarta (08/11), pedido de habeas corpus impetrado por seus advogados, para o relaxamento de sua prisão. Com isso, o pastor segue detido no presídio do Róger.
Segundo seus advogados, o pastor estaria sofrendo “constrangimento ilegal, em razão da ausência de fundamentação legal suficiente e inexistência dos fundamentos para justificar a sua segregação cautelar, bem como o fato do paciente ser primário”.
Os argumentos, contudo, não convenceram o magistrado, para quem o pastor “obteve vantagem indevida mediante fraude em prejuízo de alguém”. De acordo com os autos, ele se apropriava do cartão de crédito dos fiéis, para usar em benefício próprio, o que caracterizaria prática de estelionato.
Pra entender – O pastor foi, em setembro, acusado de amealhar R$ 2 milhões de seus fiéis, usando seus cartões de crédito. Mas, foragiu após a revolta dos fiéis.
Em outubro, o pastor divulgou um vídeo admitindo ter usado os cartões dos fiéis da igreja emprestados. No mesmo vídeo, ele alega inocência, dizendo que “não fugiu e que não é ladrão”.
E alegou: “Eu fiz algumas coisas na igreja. Reformas, trabalhos, salas, auditórios e salas de músicas. Alguns irmãos emprestaram cartões e eu fui pagando. Tem cartões que há mais de um ano eu venho comprando e pagando nas datas certas, até antes.”
O dinheiro, segundo testemunhas, seria utilizado para obras em sua igreja, mas, de acordo com a denúncia, foi desviado para benefício pessoal.
Mas, no início de novembro, ele decidiu se entregar à Justiça, em João Pessoa, e teve a prisão preventiva decretada. A prisão foi mantida após uma audiência de custódia.