Estudo de piloto questiona: “Houve mesmo acidente do governador com avião?”
No último dia 25 de janeiro completou um ano daquele “acidente” do governador Ricardo Coutinho, em um avião do Estado, quando descia no Aeroclube de Campina Grande. Pois, o Blog recebeu um texto técnico, elaborado por um piloto, que levanta um questionamento “se houve mesmo o acidente do governador com o avião”.
Há várias indagações. Uma delas: “Se já se tinha notado que o avião já estava com problema desde o início da decolagem, por que não retornaram ao aeroporto de origem Castro Pinto?… Por que se o vento estava muito forte, após ter arremetido o avião não se voltou para João Pessoa?” O piloto questiona também as várias versões, algumas contraditórias, dadas ao “acidente”.
É possível conferir a análise técnica na íntegra, e ainda um vídeo explicando por que o trem de pouso não poderia ter sido recolhido. Leia o texto, veja o vídeo e tire suas conclusões:
“Há um ano, as manchetes dos jornais e televisões anunciavam o acidente de avião envolvendo o governador Ricardo Coutinho no aeroclube de Campina Grande. A análise abaixo é baseada nos depoimentos dos envolvidos na mídia, bem como informações técnicas sobre aviões.
A comitiva formada pelo governador, o deputado Ricardo Barbosa, o piloto e o ajudante de ordem partiram às 10:15 do Aeroporto Castro Pinto (Grande João Pessoa) com destino à Campina Grande. Tempos depois, em entrevista à Rádio Paraíba FM, o governador Ricardo Coutinho falou sobre o susto do pouso. Segundo ele, desde a decolagem já havia sentindo que a aeronave estava voando baixo e sem muita velocidade. “No Aeroclube o avião arremeteu, me parece que não baixou o trem de pouso e se arrastou por cerca de 100 metros, correndo risco de incendiar”, comentou o governador sobre o momento do pouso forçado.
Analisemos! Se já se tinha notado que o avião já estava com problema desde o início da decolagem, por que não retornaram ao aeroporto de origem Castro Pinto?
Outra situação que foi aventada era de ter sido sabotagem, mas logo, logo, deixou-se de lado essa hipótese.
Na versão inicial dada pela secretaria de comunicação, as informações preliminares apontavam a existência de uma falha no trem de pouso, o que teria obrigado o piloto a fazer um pouso forçado.
Espera! Se às 10:40 quando o avião estava a cerca de 30 cm do chão, no Aeroclube de São José da Mata (Distrito de CG), o piloto informou que o vento estava forte demais na calda do avião e teria que arremeter, e às 10:42 o piloto arremete a aeronave e dá outra volta no aeroclube e às 10:45 o avião se prepara para pousar novamente, mas o trem de pouso não ativou, caindo de “barriga”, arrastando-se por 200m, por que, inicialmente, foi dito pelo governador e pela secretaria de comunicação que tinha sido falha no avião? Por que no pronunciamento dele não se falou do mal tempo (informação lógica dada logo depois pelo piloto)? Por que se o vento estava muito forte, após ter arremetido o avião não se voltou para João Pessoa? Até pelo motivo que me parece que havia cerca de 80% de combustível ainda no tanque com risco de incêndio.
No período, nas rádios, foi questionado o fato de o avião ter se arrastado por 200m e na pista de barro não ter evidências do arrasto, assim como de não se ter danificado muito as ferragens do avião.
Em entrevista posterior com o secretário Ricardo Barbosa, ele relatou que o impacto foi muito forte. “O avião rodopiou e fui jogado diversas vezes…”, disse o secretário. Nesse mesmo dia, a agenda do governador não sofreu alterações e as atividades transcorreram normalmente. De acordo com a Secom, o governador naquela sexta-feira, participou da inauguração de uma Unidade de Policiamento Solidário (UPS) no bairro do Mutirão.
Algumas perguntas que, mesmo passado um ano, não estão bem claras: “Por que os passageiros não foram a um hospital? Com toda a dinâmica falada pelo secretário Ricardo Barbosa logo acima era de se esperar que houvesse pelo menos algum machucado e mesmo na ausência desse, as pessoas deveriam estar abaladas e transtornadas com tal incidente. Será que dava para seguir toda uma agenda, logo após, tranquilamente?
O piloto Nilton Pinheiro, que não fazia parte do quadro dos pilotos do estado, foi procurado para dar a sua versão, mas informou, na época, que não tinha autorização para falar sobre o caso. Por quê? Um piloto experiente, com várias horas de vôo, esqueceria de acionar no ar o trem de pouso?
Em janeiro do ano passado, nas emissoras de rádios, foram especuladas algumas hipóteses pelos populares participantes e por convidados para falar sobre o tema:
– real acidente ou por falha mecânica ou humana ou pelas condições do tempo;
– sabotagem da oposição;
-uma verdadeira simulação combinada, para mudar a tônica do assunto polêmico envolvendo à esposa do governador, Pâmela Bório, no caso dos “Gastos da Granja”;
Algumas informações técnicas: o trem de pouso ou trem de aterragem é o principal integrante do sistema de pouso em um avião, usado tanto para decolagem como para aterrissagem. É composto de um possante amortecedor ou macaco pneumático, alimentado pelo sistema hidráulico e comandado pelo piloto por manches manuais ou automáticos. O principal componente do trem de pouso é o pneu.
Aqui outra pergunta: “Se o piloto não sabia que o trem de pouso estava acionado, depois de ter arremetido o avião e tentado aterrissar pela segunda vez, como se assim estivesse acionado, o impacto do avião no chão deveria ser maior e consequentemente o grau de destruição e de perigos maiores, como por exemplo, sair da pista, virar, vazamento de combustível ou explosão? E isso não ocorreu…
E por final, deixo uma última pergunta: “O trem de pouso pode ser recolhido com o avião estando no solo, fazendo com que ele caia e fique de “barriga”no chão? (vide vídeo abaixo!)
A resposta é sim, se alguém acionar um botão de destravamento (override) intensionalmente.
São muitos fatos que ainda necessitam serem esclarecidos…”
Bem se percebe quanto há tanto mistério envolvendo esse “acidente”. Agora, confira o vídeo sobre a segurança que envolve o trem de pouso: http://www.youtube.com/watch?v=kOAO1_V8unw&hd=1.