Ex-procurador federal denuncia “fracasso na Segurança Pública” da Paraíba e cita “manipulação de dados” sobre violência
O ex-procurador federal Eitel Santiago divulgou comentário nas redes sociais, em que denúncia o “fracasso da Segurança Pública”, na gestão do governador Ricardo Coutinho. No seu texto, Eitel ainda os dados sobre a violência na Paraíba seriam “manipulados” para, segundo ele, tentar passar a ideia de “diminuição da quantidade de homicídios perpetrados no Estado”.
Eitel apresenta várias estatísticas relativas à violência no Estado, desde 2011, e acentua: “Não consegue, portanto, o governo estadual esconder o seu fracasso na segurança pública, manipulando dados a respeito da quantidade de homicídios por armas de fogo ocorridos nos últimos 7 (sete) anos. A Paraíba passou a figurar entre os Estados mais violentos do país.”
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“Qualquer pessoa isenta percebe a insegurança existente na Paraíba. Ninguém se sente protegido nas cidades, ou na zona rural de nosso Estado. Somente o Governo ainda insiste em desprezar o temor presente no seio da comunidade.
Avesso a críticas, o Executivo propaga que vai muito bem a segurança pública. Invoca, em favor desta opinião, dados que revelariam a diminuição da quantidade de homicídios perpetrados no Estado, desde quando Ricardo Coutinho assumiu a chefia do Executivo.
Acontece que são manipulados os dados apresentados pelo governo, como logrou demonstrar Rubens Nóbrega em artigo intitulado CONTRA NÚMEROS NÃO HÁ ARGUMENTOS, que espalhou através da INTERNET, em 5 de setembro de 2016.
Nóbrega analisou os dados do Mapa da Violência (2016) elaborado pela Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais. Examinou, também, os informes do Atlas da Violência (2016) confeccionado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), com base em elementos extraídos do 9º Anuário Brasileiro de Segurança Pública (2015) produzido pelo Fórum que congrega todas as Secretarias de Segurança Pública do Brasil.
Pois bem, consultei as tabelas de números de assassinatos ocorridos entre os anos de 2004 e 2014, que aparecem naquelas publicações, e percebi a ineficiência propaganda oficial, pois efetivamente houve “inquestionável escalada da violência na Paraíba entre 2011 e 2014, primeiro período da gestão em curso”.
Essa “expansão da criminalidade” ao longo dos últimos anos vem sendo denunciada pela imprensa, tendo Nóbrega destacado que
(…) o número de homicídios por armas de fogo atingiu seu pico em 2011, primeiro ano de mandato do atual governador. Naquele ano, mataram 1.397 pessoas a tiros na Paraíba, 171 a mais do que no anterior. Se redução houve nessa modalidade de crime, ela ocorreu dentro do mesmo governo. Mesmo assim de 0,4 entre 2013 e 2014. Nesse último ano, foram 1.246 homicídios, resultado ainda pior do que o de 2010, 2009, 2008…”
Não consegue, portanto, o governo estadual esconder o seu fracasso na segurança pública, manipulando dados a respeito da quantidade de homicídios por armas de fogo ocorridos nos últimos 7 (sete) anos.
A Paraíba passou a figurar entre os Estados mais violentos do país. Além disso, como frisou Nóbrega, no artigo já comentado, em tema de assassinatos, o melhor ano do atual governo ainda é “pior do que o pior ano de qualquer governo anterior.”
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