Ex-secretário de RC diz que criação de guarda pessoal “é indefensável”: “Privilégio que os demais paraibanos não têm”
O ex-secretário Lúcio Flávio Vasconcelos, durante anos auxiliar do governador Ricardo Coutinho, postou comentário no Facebook, em que trata como a “indefensável” a criação da guarda pessoal sancionada pelo governador. Lúcio tem autoridade para falar dos intestinos do universo ricardista: “Ele quer ter um privilégio que os demais cidadãos paraibanos não têm: ter, a sua disposição, uma guarda pessoal.”
E lembra que o governador deve estar com medo, até porque “o medo ronda a população da Paraíba. Todos os dias ocorrem explosões de bancos, assaltos, roubos, estupros, assassinatos, além dos crimes de corrupção. A população anda assustada. E com razão”. Mas, segundo o historiador, isso não justifica o governador criar uma guarda para sí, enquanto os paraibanos não têm qualquer proteção.
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“Indefensável
“O medo ronda a população da Paraíba. Todos os dias ocorrem explosões de bancos, assaltos, roubos, estupros, assassinatos, além dos crimes de corrupção.
A população anda assustada. E com razão.
Os presídios estão lotados. A polícia tem trabalhado. Mas não consegue dar conta. O efetivo está reduzido.
São poucos policiais para enfrentar a onda de violência que nos assola.
O governador Ricardo Coutinho também tem medo. É normal esse sentimento de insegurança. Não é à toa que ele tem um pelotão de policiais à sua disposição. O cargo exige. A lei assegura.
Mas em breve ele deixará de ser governador. Voltará a ser um cidadão comum. Deveria ter os mesmos direitos e deveres como todos os demais. E correr os mesmos riscos.
Ricardo Coutinho pensa diferente. Ele quer ter um privilégio que os demais cidadãos paraibanos não têm: ter, a sua disposição, uma guarda pessoal formada por três policias militares da ativa, durante 4 anos, pagos pelos sofridos contribuintes do nosso estado.
Cabe lembrar que Ricardo Coutinho, ao sair do Palácio da Redenção receberá, pelo resto da sua vida, como os demais ex-mandatários, o salário integral de governador, que em março era de R$ 23.500,00, além dos rendimentos da UFPB, quantia mais do que suficiente para pagar uma segurança privada. Se assim ele quisesse. Mas não quer.
O decreto de RC, que estabelece a guarda pessoal, é indefensável. Típico da tradição patrimonialista brasileira, onde os governantes acham que res pública (a coisa pública) faz parte do seu patrimônio privado.
Os tempos são outros. A democracia exige direitos e deveres iguais para todos. A sociedade está reagindo, com força e com coragem.”