FAÇA O QUE EU DIGO… Supremo nega homologação da delação de Sérgio Cabral contra ministro Toffoli
É o caso ditado: faça o que eu digo, não faça o que eu faço. Então, deu o que já suspeitava, meu caro Paiakan. Os ministros do Supremo Tribunal Federal, que têm interferido, através de suas decisões, de forma até ostensiva nos demais poderes, determinando até abertura de CPIs, eis que não aceita investigar seus próprios ministros.
O detalhe, na votação do STF, é que mesmo citado na delação de Sérgio Cabral, o ministro Dias Toffoli votou nesta quinta (dia 27), para anular a delação do ex-governador do Rio com a Polícia Federal. O placar do julgamento terminou em 7 a 4 para tornar o acordo sem efeito.
Votação – O ministro-relator Edson Fachin votou contra a validação da delação, e terminou acompanhado por Alexandre de Moraes, Toffoli (!), Gilmar Mendes, Nunes Marques, Ricardo Lewandowski e Luiz Fux. Votaram pela validação da delação Rosa Weber, Cármen Lúcia, Marco Aurélio e Luís Roberto Barroso.
Delação – De acordo com o ex-governador Sérgio Cabral, Toffoli teria vendido sentenças favoráveis a dois candidatos a prefeituras fluminenses quando presidente do Tribunal Superior Eleitoral. E teria recebido, entre 2014 e 2015, R$ 4 milhões pelo escritório de advocacia de sua esposa.
Toffoli teria recebido R$ 3 milhões para absolver o prefeito de Antônio Francisco Neto (MDB -Volta Redonda), alvo de cassação entre 2013 e 2015. O restante do pagamento ilegal, segundo Cabral, teria vindo após Toffoli dar uma liminar favorável, também em 2015, à prefeita Branca Motta (MDB – de Bom Jesus da Itabapoana).
O ex-governador afirma que Toffoli e sua mulher, a advogada Roberta Rangel, tiveram como intermediário nas negociações José Luiz Solheiro, ex-policial militar e integrante da equipe de segurança pública nos governos de Cabral e seu sucessor, Luiz Fernando Pezão.