FICA O LEGADO Paraíba perde o “cavalheiro” de Santa Rita
Conheci Marcus Odilon na década de 80, em Campina Grande, onde ele reuniu a Imprensa para falar de sua gestão, sempre chamando todos de “cavalheiro” (era sua marca). O que mais me chamou a atenção, no entanto, ocorreu durante uma visita a Santa Rita, quando testemunhamos que o seu gabinete não tinha portas! Qualquer pessoa podia entrar e conversar diretamente com o prefeito. Aquilo era surpreendente.
Depois, fui sabendo de outros feitos de sua administração, e também muito me impressionou o fato dele ter criado bairros inteiros, a maioria com terrenos doados pela prefeitura, para minimizar o problema habitacional na cidade. André Vidal de Negreiros, Aguiarlândia, Augustolândia, Bebelândia, Lerolândia, Marcos Moura, Odilândia…
Porém, além de ter criado o modelo de administração “Povo da Silva”, era também um intelectual. E muito antenado. Lançou mais de 18 livros, como o curioso “Antropofagia: existiu ou não”, ou o resgaste histórico “O Livro proibido do Padre Malagrida”. Foi prefeito, duas vezes de Juarez Távora, e seis, em Santa Rita e deputado estadual.
Um personagem forte, não apenas na história de Santa Rita, mas da Paraíba. Só não resistiu ao diabetes, que provocou inúmeras complicações clínicas, uma delas fatal, na madrugada desta segunda de Carnaval. Deixa uma lacuna. Pelo perfil, pela história.