FIM DA LAVA JATO Paraibano presidente de Associação contesta esvaziamento de força tarefa em Curitiba
O embate entre a Procuradoria-Geral da República e a Operação Lava Jato provocou, nos últimos dias, o afastamento de pelo menos quatro procuradores da força tarefa e acendeu o sinal amarelo do paraibano Fábio George da Cruz, presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República: “É preciso defender com veemência a independência dos membros do Ministério Público Federal”.
A curiosidade é o fato de dois paraibanos estarem diretamente envolvidos nesse embate. O próprio Fábio George, que tem externado sua preocupação com o esvaziamento da Lava Jato, e Eitel Santiago, secretário-executivo da PGR e braço direito do procurador-geral Augusto Aras. Eitel, como se sabe, tem defendido o fim da Lava Jato em Curitiba.
Após o afastamento de novos membros da operação, Fábio George emitiu nota afirmando: “Nós vemos com muita preocupação a constante saída de membros do grupo da Lava Jato na Procuradoria Geral da República porque isso pode de fato atrapalhar as investigações e ações em curso.”
O embate – No mês passado, quatro dos sete procuradores do grupo na PGR pediram para deixar a função, restando apenas dois e a coordenadora do grupo, a subprocuradora-geral da República, Lindora Araújo. As saídas teriam sido motivadas por discordâncias quanto a ações da coordenadora, que é uma das auxiliares mais próximas do procurador-geral da república, Augusto Aras.
Então, na sequência, procuradores da força-tarefa da Lava jato no Paraná acionaram a Corregedoria do Ministério Público Federal e pediram a adoção de providências após Lindora Araújo ter solicitado informações, inclusive sigilosas, como relatórios financeiros, dados de autoridades e documentos de buscas e apreensões, em Curitiba.
Segundo procuradores da Lava Jato, Lindora pediu também acesso ao sistema de gravação de chamadas telefônicas recebidas pelos procuradores, adotado em 2015, para prevenir ameaças. Ou seja, uma investigação da PGR contra integrantes da operação.
Moro – Ex-juiz da Lava jato, Sérgio Moro também reagiu: “Aparentemente, pretende-se investigar a Operação Lava Jato em Curitiba. Não há nada para esconder nas investigações, embora essa intenção cause estranheza. Registro minha solidariedade aos procuradores competentes que preferiram deixar seus postos em Brasília.”