Fogo amigo: procurador responsabiliza secretário por acusação contra empresário no Caso Desk
O Caso Desk segue rendendo polêmica. A última delas envolve, novamente, o procurador-geral do Estado, Gilberto Carneiro, o empresário Flávio Rodolfo e, agora, o secretário Luís Torres (Comunicação). Durante depoimento em audiência realizada, há poucos dias, Gilberto negou ter acusado Flávio Rodolfo da prática de falcatruas, em nota distribuída à Imprensa.
O que aconteceu? Quando a Revista Veja trouxe a denúncia, Flávio Rodolfo acusou Gilberto de ter participado de irregularidades na aquisição de carteiras à empresa Desk, quando ainda secretário de Administração de João Pessoa. Gilberto revidou, através de nota pública, afirmando que o empresário estava magoado por não ter vendido as carteiras à época, e o acusou de praticar falcatruas.
O empresário foi à Justiça para Gilberto apresentar as provas da acusação. Então, na audiência realizada em dezembro último, Gilberto negou que tivesse emitido a nota, afirmando que “a autoria da nota oficial foi da Secretaria de Comunicação, e não dele… que apesar de ter saído com o título da Procuradoria do Estado, a mencionada nota foi redigida pela Secretaria de Comunicação, a quem tem prerrogativa para emissão das notas oficiais”.
Ato contínuo, Flávio Rodolfo protocolou petição ao juiz Herbert Lisboa, para convocar o secretário Luís Tores, e confrontar a informação de Gilberto. A audiência está, pelo menos em princípio, marcada para o próximo mês de março. Ainda durante a audiência, o empresário reafirmou todas as denúncias de “graves irregularidades registradas na compra de carteiras a empresa Desk, sem licitação”.
Documentos em relação à audiência foram encaminhados ao Blog pelo próprio empresário Flávio Rodolfo.
Caso Desk – Tudo começou quando, no início de 2013, o Ministério Público do Estado decidiu pedir a instauração de Ação Civil Pública contra os ex-secretários Afonso Celso Scocuglia, Francisco Sales Gaudêncio e Emília Augusta Lins Freire, acusados de direcionar licitações para a aquisição de móveis escolares. Também foram acionados os representantes das empresas Desk e Delta.
Há cinco meses, o juiz Aluísio Bezerra decidiu pela absolvição dos réus. Foi quando o empresário Flávio Rodolfo recorreu ao Pleno do TJ. No mês passado, a sentença de Aluísio fica anulada e o caso irá novamente a julgamento.
À época da denúncia, Gilberto Carneiro alegou que “todo o processo de compra das carteiras se deu de forma lícita” e que a “utilização de ata para solicitação de adesão para aquisição de produtos e serviços é uma modalidade de licitação prevista em lei e adotada por toda a administração pública em âmbito municipal, estadual e federal”.
NO dia 2 de abril de 2013, o jornalista Lauro Jardim, da Revista Veja, publicou em seu Blog: “Segundo o MP da Paraíba, o esquema envolvia 13 pessoas – entre elas o atual procurador-geral do estado, Gilberto Carneiro da Gama, ex-secretário de Administração de João Pessoa na gestão do próprio Coutinho entre 2008 e 2010.”