Fome zero: RC decide comprar 9 toneladas de frutos do mar e… 180 kg de sal pra abastecer Granja
Consumir nove toneladas de camarões e lagosta não é para qualquer um. No Brasil de tantas desigualdades é privilégio para poucos. Na Paraíba, certamente não é problema para o governador Ricardo Coutinho, a primeira-dama Pâmela Bório e convivas. Pelo menos a julgar pela licitação do Governo RC para compra dos víveres que abastecem a Granja Santana.
E quem pensa que o governador, mesmo saciado com tamanha quantidade de frutos do mar, ficará menos azedo, se engana. A licitação prevê também a compra de 140 litros de vinagre… É azedume pra ninguém botar defeito. Também se suspeita de aumento da pressão do nosso ínclito, preclaro e insigne governador. Está contemplada a aquisição de 180 quilogramas de sal!
Há dúvidas se a licitação foi aprovada em alguma plenária do orçamento democrático do Governo.
De qualquer modo, a “cesta básica” também inclui, entre tantos, uma tonelada de filé de boi, mil e quinhentos quilos de queijo de primeira, e até duas mil caixas (com 24 unidades) de refrigerantes em lata, o que totalizam 48 mil latinhas! E, para afastar os vampiros que costumam frequentar certas madrugadas, estão encomendadas 300 caixinhas com alho. É pedido para o maior banquete do mundo.
O levantamento foi feito pelo jornalista Clilson Júnior, no pregão 181/2012, do Governo RC. Para um Estado que não fornece medicamentos a pessoas com necessidades especiais, onde se fecha mais de 180 escolas alegando falta de recursos, onde se descumpre a lei do subsídio do pessoal do Fisco e não se paga salários decentes a docentes e policiais, é um escárnio.
Num Estado que está contraindo empréstimo de R$ 150 milhões para “salvar” a Cagepa, onde se terceiriza a rede pública de saúde alegando otimização de recursos públicos, onde continua se apregoando que o tesouro está quebrado, onde se demite servidores para reduzir custos da folha, onde se sonega benefícios salários ao pessoal do Ipep, é um escárnio.
Algo similar só ocorreu, meu caro Paiakan, no tempo de Maria Antonieta e Luiz XVI na França de tantas desigualdades sociais. Maria Antonieta começou a cair em desgraça, quando se revelou a compra de um colar de pérolas de valor milionário. Enquanto a maioria da população vivia na miséria, a corte se refestelava com pedras precisas, caviar e outros raros acepipes.
Lá na França, como se sabe, a revolução levou toda a corte para a guilhotina.