
A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (18/12), em parceria com a Controladoria Geral da União, uma megaoperação contra fraudes no INSS, atingindo a Paraíba e mais Maranhão, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Norte, São Paulo e Distrito Federal, cumprindo ao todo 52 mandados de busca e apreensão e 16 mandados de prisão preventiva.
Trata de mais uma fase da Operação Sem Desconto, que objetivou “esclarecer a prática dos crimes de inserção de dados falsos em sistemas oficiais, constituição de organização criminosa, estelionato previdenciário e atos de ocultação e dilapidação patrimonial”.
Envolvidos – No âmbito da operação, a PF prendeu Romeu Carvalho Antunes, filho de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, que foi preso em setembro pelo mesmo esquema. Aldroaldo Portal, secretário-executivo do Ministério da Previdêncial, foi afastado do cargo e vai cumprir prisão domiciliar.
A ação teve ainda como alvo o senador Weverton Rocha (PDT-MA). O parlamentar é vice-líder do governo do presidente Lula (PT) e relata pautas importantes no Senado, como a indicação de Jorge Messias para o Supremo Tribunal Federal e a revisão da Lei do Impeachment.
Atuação – Segundo a PF, a organização criminosa atuava de forma estruturada, com núcleos responsáveis pela captação de dados, inserção de informações falsas em sistemas oficiais e ocultação do dinheiro desviado.
As investigações apontam que aposentados e pensionistas tinham valores descontados diretamente dos benefícios, como se fossem filiados a associações de classe, sem nunca terem autorizado a adesão.
Os descontos eram efetuados de forma automática, mês a mês, reduzindo o valor recebido pelos beneficiários, muitos deles, idosos e pessoas em situação de vulnerabilidade.
Segundo a CGU, as entidades envolvidas alegavam oferecer serviços como assistência jurídica, convênios médicos e descontos em academias. No entanto, não possuíam estrutura mínima para prestar qualquer atendimento real.