Fúria privatista: governador cria milícia temporária para terceirizar (também) a Segurança Pública
Quando se imaginava que a fúria privatista do governador Ricardo Coutinho havia aliviado, após lotear e terceirizar mais de 650 escolas da rede estadual, eis que retorna com mais ferocidade. Não satisfeito de terceirizar hospitais e escolas, o governador, que se diz socialista, parte agora para privatizar também a Segurança Pública.
Tanto quando inventou o termo “pactuação” para amenizar a terceirização de hospitais e escolas, o governador cunhou a expressão “corpo voluntário” de uma cerca “guarda militar temporária”. Na verdade, é a terceirização da Polícia Militar, com a contratação de milícias sem concurso público, para fazer o papel dos PMs na Segurança Pública.
Ou seja, o Governo Ricardo Coutinho diz que não tem dinheiro para dar aumento e contratar policiais militares, mas tem o suficiente para arregimentar milícias sem concurso. Literalmente a constituição de um batalhão de cabos eleitorais para as eleições do próximo ano, e um completo desrespeito aos policiais concursados e discriminados com sua política de achatamento salarial.
Os contratados para essas milícias seriam, na verdade, como os atuais codificados apenas com outra denominação.
Milícia – Diz a Medida Provisória editada pelo governador: “A Guarda Militar Temporária – GMT destina-se, em caráter experimental, à execução das atividades típicas de policiamento ostensivo de segurança externa em estabelecimentos penais, socioeducativos e, excepcionalmente, em atividades especiais ou extraordinárias de interesse público no âmbito exclusivo da PMPB.”
O detalhe é que, apesar de não serem concursados e curso de capacitação, terão direito ao uso de armas: “O Guarda Militar Temporário, durante a sua permanência na GMT, fará jus a: I – auxílio mensal de atividade militar temporária; II – armamento, fardamento e equipamentos próprios, quando em seu local de serviço; III – auxílio alimentação; IV – diárias, no que couber.”