Governador diz que salários de R$ 54,8 mil foram apenas pagamento de férias acumuladas
O governador Ricardo Coutinho acionou seu secretário Luís Torres (Comunicação) para explicar o salário de R$ 54.835,24, recebido nos meses de abril, maio, junho, julho e agosto deste ano. O secretário afirmou em alguns espaços de mídia que os pagamento se referem a “férias que ele (o governador) nunca tirou e nunca recebeu ao longo de todos esses anos”.
E ainda: “Diferentemente, a oposição, quando governou a PB, parecia estar permanentemente de férias e recebendo. A oposição na Paraíba vai morrer frustrada procurando algo contra o governador.” O secretário afirmou que os pagamentos foram legais, e não confirmou que tenha sido pago em agosto este “valor cheio”. O que completaria os cinco meses.
Há dois detalhes não explicados e que se confrontam com a legislação. Primeiro, que o valor pago corresponde a mais do dobro do salário do governador, que é fixado em R$ 23.500,82. A rigor, o governador, como qualquer servidor, teria direito a apenas um terço do valor, ou algo em torno de R$ 7,5 mil. O que daria aproximadamente R$ 31 mil. Por cima.
Se recebeu R$ 54.835,24, quer dizer que o governador recebeu o salário normal, mais outro valor e mais um terço das férias. Imagine, meu caro Paiakan, se o governador tivesse essa mesma liberalidade com os servidores. Além do mais, conforme ainda a legislação, as férias não podem acumular além de três. Por baixo, o Governo já admitiu que quatro foram pagas.