Governador institui o AR e o DR: a Paraíba surgiu a partir de 2010
A Paraíba, a partir de agora, já poderá ser historicamente distinguida em dois períodos: o AR e o DR, ou seja, o Antes de Ricardo, ou o Depois de Ricardo. Pelo menos a julgar pela sua entrevista, na manhã desta terça (dia 10), na CBN. No final, ficou a impressão que o Estado foi criado a partir de 2010, a partir de assunção do poder.
Declarações do tipo “nunca se investiu tanto na Paraíba” foram ditas à exaustão, quando o governador se reportou a construção de estradas, ou aplicação de recursos em saúde, educação e área social. Foi como o Estado, de fato, só tenha acordado pra vida em 2010. E impressiona esse discurso, quando se imagina a quantidade de escolas fechadas…
Delegacias sem funcionamento em plantões noturnos e finais de semana, aumento vertiginoso da violência, terceirizações na saúde e, especialmente, um estilo de administrar que não privilegia o diálogo, mas sempre o confronto. Afora, é claro, os escândalos, como foi o caso da Gastança da Granja e suas 17 toneladas de lagosta, camarão, peixes raros e carnes de primeira.
O governador só não corre o risco de ter as contas rejeitas porque, dificilmente a Assembleia terá coragem de reprovar, porque os dados levantados pelos auditores do Tribunal de Contas do Estado apontam para vários problemas, inclusive aplicações a menos com educação e saúde, e gastos a mais com propaganda e itens como papel higiênico a R$ 59.
De qualquer forma, como poucos gestores tiveram a ousadia demonstrada pelo governador Ricardo Coutinho, a Paraíba realmente passa a ter, a partir de agora, um período AR e DR em sua história. A entrevista foi concedida aos jornalistas Edileide Vilaça, Lenilson Guedes e Verônica Guerra.