Governador tem a fórmula para combater a violência: proibir venda de celulares e o uso da Internet na Paraíba
No capítulo da segurança pública, o Governo do Estado erra até quando acerta. Num dia em que o Governo deveria apenas comemorar a iniciativa de por mais de 500 homens da Polícia Militar nas ruas para combater a violência, eis que o Coronel Euller Chaves, comandante da PM, surpreende. Euller, não apenas exime o Governo da responsabilidade sobre a escalada de violência…
Quer dizer, no seu entendimento, como de resto do próprio governador Ricardo Coutinho, o Governo não tem culpa. Quem tem culpa é o cidadão (!). Sim, o cidadão que, por exemplo, tem celular e… usa. Não deveria usar o aparelho, para não atrair bandido. Não é uma graça? Ora, ele poderia resolver esse problema, simplesmente expulsando as empresas de telefonia do Estado!
Ou proibindo a venda de aparelhos no Estado. Hugo Chaves faria isso num abrir e fechar de olhos. O governador tem ampla maioria na Assembleia. Como também já aproveitaria para proibir também as redes sociais, que são o grande fenômeno da Internet em todo o mundo. Na Paraíba, porém, as redes sociais não deram certo, porque estimulam a violência.
Ou fazer voltar o tempo para o período em não havia celular e Internet. O governador que disse num passado não tem remoto ser capaz de reduzir a violência em apenas seis meses, poderia também revogar as leis da Física e voltar no tempo. Se não para tentar novamente acabar com a violência em apenas seis, talvez para impedir que a Paraíba viesse a ter no futuro essas tecnologias.
É assim que o Governo Ricardo Coutinho brinca com o cidadão. Bons tempos deste Governo quando afirmava que a violência na Paraíba era apenas uma questão psicológica. Ou quando aconselhava as mulheres fazerem careta para enfrentar os bandidos. Ou ainda que estava conseguindo reduzir a criminalidade.
Diante de uma violência explícita que atinge níveis de guerrilha urbana, como é impossível brigar com os números e o governador não tem coragem de sustentar as próprias palavras de que iria reduzir a criminalidade, ele escala seu comandante para atacar a vítima, ou seja, o cidadão. Acha pouco, e desfere outro golpe nas redes sociais, por divulgarem o noticiário.
E assim ressuscita o espírito de Hugo Chaves, que criava os próprios fantasmas e depois acreditava neles.