Governador usa assessores para atacar jornalistas mas falta coragem pra esclarecer sobre armas e balas do Estado usados no crime de Bruno Ernesto
É curioso, meu caro Paiakan, mas tenho a impressão que o ínclito, preclaro e insigne governador Ricardo Coutinho anda perdendo a sua brabeza de tempos passados, quando, só para ilustrar, ameaçou dar uns sopapos no Padre Luiz Couto, durante um encontro do PT. Ele sempre tão afeito a ameaçar adversários com surra de varas, lapadas e coisas do gênero.
Mas, há mais de dois anos, por exemplo, o governador não consegue arrumar coragem para explicar aos paraibanos como uma arma e balas do Governo do Estado foram usadas para assassinar o jovem Bruno Ernesto. Qualquer governador, minimamente corajoso, já teria encarado a população para oferecer a versão do Governo. Como não fala, fica uma interrogação imensa no ar. Os pais de Bruno ainda hoje aguardam por uma explicação.
Sua coragem tem se resumido a estrumar assessores, usar serviçais pagos pelo Estado para atacar adversários, com especialidade profissionais de comunicação entre aqueles que assumem uma corajosa postura de independência em relação ao seu Governo. Afora, é claro, a utilização da Justiça para processar quem lhe desagrada, ocupando o tempo e os recursos do Judiciário em seu interesse pessoal.
Talvez, meu caro Paiakan, o governador não esteja querendo encarar o fato de que se encontra em curva descendente, em declínio político e que, dentro em breve, estará na planície e terá de conviver com o comum dos mortais, especialmente aqueles que tanto perseguiu. Será o momento de testar se ainda haverá algo de sua antiga brabeza, sem ter mais pequineses pagos pelo erário para atacar desafetos.