Governo faz licitação suspeita, dinheiro some, obras param e alunos ficam sem aulas
Por que será que centenas de alunos da rede estadual de ensino estão sem aula na Paraíba? O Blog foi atrás de uma resposta. E descobriu: o ano letivo está prejudicado para os estudantes porque várias escolas estão com as obras de reforma paralisadas. E as obras estão paralisadas porque o Governo não paga às construtoras. É um rombo de R$ 50 milhões.
Os indícios de irregularidades são evidentes. O Blog teve acesso ao contrato para reforma de 181 escolas e, segundo o edital de concorrência, a execução deveria ter o acompanhamento, controle, fiscalização e avaliação por representante da Suplan e era proibida a sublocação dos contratos. Porém, houve sublocação com pelo menos três empreiteiras. E a Suplan parece fazer vista grossa.
Está claro que há, pelo menos, três dos chamados “contratos de gaveta”, que comprovam a irregularidade da subcontratação para as obras de reforma de três escolas localizadas na Grande João Pessoa. Um deles é o da construtora Andrade Galvão Engenharia, que subcontratou a W.E. Construtora e Incorporadora para a reforma da escola Professor Raul Córdula, no bairro da Torre. Um contrato de R$ 407 mil.
O segundo contrato, no valor de R$ 382 mil, foi para reforma da escola Francisco Campos, no bairro dos Bancários e, o terceiro, de R$ 399 mil, foi para a reforma da escola Antônio Gomes, em Bayeux (foto acima). Em todos eles, há as mesmas digitais: prática de sublocação. E, claro, obras paralisadas. Motivo alegado pelas sublocadas: calote por parte do Governo do Estado.
Briga na Justiça – As obras iniciadas pela W.E Construtora estão paralisadas. A construtora terceirizada alega que abandonou os serviços por falta de pagamento da Andrade Galvão e, hoje, as duas empresas estão brigando na Justiça, por conta de um passivo na ordem de 467 mil reais. A suspeita é de que esse dinheiro foi usado por alguém sem a menor educação…
Este ano, alunos e pais de alunos fizeram até um protesto e bloquearam a BR 230, em Bayeux, na Grande João Pessoa, contra o atraso nas reformas das escolas. Os mais de 1.200 alunos convivem com o cenário do atraso e se sentem prejudicados por conta do descaso do governo.
Até o momento, nem a Suplan, nem a Secretaria de Educação se pronunciaram sobre o assunto.