Afinal, quais foram as “pessoas de cima”, segundo cita Tião Gomes (PSB), que levaram o deputado anunciar a sua desistência na disputa pela vaga de Arthur Cunha Lima no Tribunal de Contas do Estado? Faltou, meu caro Paiakan, o deputado revelar o nome dos que conspiraram contra sua candidatura.
Ao justificar sua desistência, o deputado falou que não poderia “disputar com uma pendência”, que não declinou qual seria. Mas, admitiu que “essa pendência” tinha sido causada pela maldade de uma pessoa, que o deputado também quis revelar: “A gente sabe quem é, mas é melhor não falar…”
O caso magoou de tal forma, que Tião foi logo declarando apoio ao presidente Adriano Galdino, inclusive para escalar “uma pessoa sua” como pretendente à vaga de Conselheiro: “Adriano, coloque uma pessoa sua. Mostre seu valor. Mostre o nosso valor. Uma pessoa sua é uma pessoa nossa.”
E, antes que especulações indicasse para conspiradores nos subterrêneos da Assembleia, Tião foi longo adiantando: “Jamais alguém diga que Tião foi traído. Não existe a palavra traição. O que aconteceu veio lá de cima, não foi daqui (no caso, da Assembleia). Temos que assumir isso, olhando olho no olho.” Pareceu um recado a alguém “de cima”.
Mas, quem seriam essas pessoas de cima? Foi a indagação que permaneceu no ar, desde que o deputado formalizou sua desistência de disputar a vaga no TCE, e não apenas a cadeira de conselheiro, também antecipou sua aposentadoria como político, ao afirmar categoricamente que não disputará mais eleições.
Para arrematar com outra declaração, também emblemática: “Tenho duas coisas a fazer: ou ir para o Tribunal de Contas, ou ir para casa. A política estou encerrando, tenho que cuidar dos meus netos e cuidar da minha vida.” Para ele, “o sonho (do TCE) não acabou”. Acabou apenas para esta vaga de Arthur.
Com a desistência de Tião, e as sinalizações de que apoiará, incondicionalmente, quem Galdino indicar, intensificaram-se as especulações de que o presidente da Assembleia poderia indicar o próprio irmão, o deputado Murilo Galdino (Republicanos), ou sua esposa, a prefeita Eliane Galdino (Pocinhos).
Enquanto isso, outros postulantes como o deputado Tacyano Diniz (União Brasil) seguem no páreo. Segundo ele, a desistência de Tião nada muda, e que já conta com nove das 12 assinaturas necessárias para inscrever sua candidatura, até a próxima sexta (14/03), quando vence o prazo da habilitação para a disputa.
Na verdade, meu caro Paiakan, essa eleição pela vaga de conselheiro vai se transformando num jogo sangrento de bastidores, que poderá fazer muitas vítimas, até sua conclusão.