Hora de mostrar serviço: o povo derrubou a 37 para o MP apurar escândalos
Interessante e pertinente artigo do jornalista Marcelo José, sobre o recente arquivamento da MP 37 pela Câmara Federal, desencadeado pela onda de protestos no País. O episódio ilustrou de forma inequívoca como o brasileiro está antenado com o que vem ocorrendo no Brasil, no capítulo dos escândalos e da corrupção.
“A população cumpriu o seu papel. A Câmara Federal sentiu a pressão popular para garantir ao Ministério Público o direito de praticar investigações de atos corrosivos aos cofres públicos. Cabe ao MP dá uma resposta à altura à sociedade.” Ou seja, chegou o momento do MP ter, digamos, certa gratidão ao povo, e mostrar serviço.
O jornalista elenca vários aos mais recentes escândalos que enojaram aos paraibanos. Confira na íntegra: “O povo unido jamais será vencido. Nunca foi tão providencial esta frase. Agora mesmo o povo se uniu para dizer a classe política que está de olho. Muito mais que isso, está cobrando atitudes transparentes e decentes dos gestores. As pessoas perceberam que não basta apenas cobrar de quem está no Executivo. Agora mesmo houve uma pressão vitoriosa no Legislativo, quando a população teve papel preponderante na derrubada da PEC 37, que limitava o poder de investigação do Ministério Público.
Pois bem, o povo unido pressiona os gestores públicos, dá um recado aos ocupantes de cargos do Legislativo, alerta o judiciário. Nesse episódio da PEC 37, por exemplo, a população cumpriu o seu papel. A Câmara Federal sentiu a pressão popular para garantir ao Ministério Público o direito de praticar investigações de atos corrosivos aos cofres públicos. Cabe ao MP dá uma resposta à altura à sociedade.
O mesmo povo que cobrou do Poder Legislativo a garantia do poder de investigação do Ministério Público , vai cobrar do MP uma posição diante de escândalos e suspeita de desvio de recursos públicos. Só para refrescar a memória dos paraibanos :
Escândalo de Cuiá – Uma desapropriação ás vésperas da campanha de 2010, avaliada em cerca de R$ 11,5 Milhões, pagos em 20 dias, naquele mês eleitoral de outubro de 2010.
Escândalo do Jampa Digital – Um show de rock nas areias da praia do Cabo Branco anunciava a cidade de João Pessoa como a primeira no Brasil 100 % digital. Rendeu programas no guia eleitoral na eleição para governador. E terminou em operação da Polícia Federal na sede da Prefeitura de João Pessoa. Entre investimentos da Prefeitura ( R$ 1 Milhão e 500 mil ) e Governo Federal ( R$ 4,5 Milhões).
Escândalo do feijão enterrado – Mais de 9 toneladas de feijão preto foram enterradas pela Prefeitura de João Pessoa no ano eleitoral de 2008. Um funcionário da Conab, de nome Walter Bastos disse à época que não se tratava de feijão estragado , então porque o feijão foi enterrado.
Escândalo das Licitações na Prefeitura de João Pessoa – O procurador geral do Estado, Gilberto Carneiro, é apontado como integrante com mais 23 pessoas da gestão municipal, entre 2008 e 2010, na Prefeitura de João Pessoa, de um esquema de desvio de recursos através de licitações fraudulentas para beneficiar empresas de aliados.
Escândalo da SP Alimentação – A reportagem do Fantástico da Rede Globo de Televisão veio à Paraíba mostrar o descaso com as nossas crianças. A empresa SP Alimentação contratada pelo então prefeito Ricardo Coutinho dava merenda de má qualidade aos estudantes, segundo constatou a reportagem. Além disso o dono da empresa tinha sido preso acusado de repassar propina a agente políticos.”
Nesse mesmo rol poderiam ser incluídos os seguintes escândalos:
Gastança na Granja Santana, que inclusive foi manchete nacional, após o TCE descobrir uma compra de 17 toneladas de carne de primeiro, lagosta, camarão, peixes nobres em extinção, papel higiênico de R$ 60, um berço esplêndido dentre outros itens;
Uso de avião oficial pela primeira-dama, um escândalo que também foi manchete nacional, quando a primeira-dama, Pâmela Bório, usou o King Air do Estado para ir receber um prêmio em Belo Horizonte;
Gari milionário, quando um gari da Emlur venceu uma licitação milionária de R$ 600 mil, e ainda teve seu contrato mantido pelo então superintendente Coriolano Coutinho.
Caso da Home Bread, quando o Governo do Estado contratou essa empresa para abastecer um restaurante popular, mesmo estando envolvida em vários escândalos pelo País, inclusive sob investigação do Ministério Público;
Gastos de R$ 60 milhões com publicidade, uma denúncia realizada a partir de documentos do Tribunal de Contas do Estado, atestando que o Governo RC gastou essa montanha de recursos, em apenas dois anos de gestão, ou mais de R$ 80 mil por dia.