Hugo Mota e o explosivo depoimento de Barusco na CPI admitindo propinas
Todo o País acompanhou, na tarde de ontem, o explosivo depoimento de Pedro Barusco, ex-diretor de Operações da Petrobrás. E quem assistiu viu Barusco confessar, na CPI da Petrobrás, ter recebido uma pequena propina de R$ 50 milhões, em 1997, ainda no Governo FHC. Viu também sua revelação de que, a partir de 2003, na era Lula e Dilma, a propina foi institucionalizada.
O que talvez poucos saibam é que Barusco ameaçou não falar se houvesse a transmissão de seu depoimento em rede nacional, pela TV Câmara. Quem convenceu o ex-diretor da Petrobrás a aceitar a veiculação foi o deputado Hugo Mota, presidente da CPI. Segundo Hugo, “suas declarações teriam maior credibilidade se fossem assistidas pelo público em casa”. Ele topou.
Além de revelar que a propina se tornou algo corriqueiro na Petrobrás, Barusco afirmou ter repassado US$ 300 mil para a campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010 atendendo a um pedido de ajuda financeira feita pelo tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. E foi a primeira associação direta do escândalo envolvendo o nome de presidente Dilma.
Disse Barusco: “Comecei a receber (propina) em 1997, 1998. Foi uma iniciativa pessoal minha junto com representante da empresa. Na forma mais ampla, em contato com outras pessoas, de forma mais institucionalizada, isso começou em 2003, 2004.” A transmissão terminou ganhando um telespectador privilegiado, o ex-presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, que postou em seu twitter: “Como milhões de brasileiros, vi a programação da TV Câmara ontem. “Chocante.”
PT reage – A direção nacional do PT distribuiu nota, na noite desta terça (ia 11), informando que irá processar Pedro Barusco por conta de suas acusações feitas durante sessão da CPI. O PT diz que Barusco diz ter repassado dinheiro para a campanha de Dilma, em 2010, mas não apresenta as provas.