ICMS DOS COMBUSTÍVEIS No País da corrupção, chorumela de governadores contra redução do impostos é como lágrima de crocodilo

A verdade é que tudo no Brasil de hoje termina caindo na vala comum da polarização entre os extremos. E o governadores, claramente, aproveitam desse cenário para chorumelas em relação ao projeto que fixa em 17% o teto do ICMS para combustíveis. Há muito, já deveria ser nesse percentual, ou até menor.

E é curioso, porque trata-se de algo que interesse diretamente ao cidadão, independente de cor partidária. No Brasil do Supremo, todo mundo está careca de saber que um dos motivos dos preços elevados dos combustíveis (e não apenas dos combustíveis) é o percentual elevado dos impostos.

No mundo todo, os governos buscam saídas para enfrentar o encarecimento dos combustíveis, que aqueceram os índices inflacionários, num contexto em que, via de regra, os que mais sofrem são as pessoas menos favorecidas. E, mesmo assim, não querem contribuir para mitigar o problema, mesmo quando surge uma alternativa.

Como existe um contencioso entre governadores e o presidente da República, a matéria em vez de ser tratada na régua exata de sua importância, termina resvalando para o mesmo ramerrame de viés ideológica, como se essa conta paga pelo consumidor tivesse alguma cor partidária, além de seu próprio orçamento.

Reduzir impostos é imperioso num País, que, pela tradição das últimas décadas, gasta mal o dinheiro do contribuinte. Não apenas gasta mal, mas desvia para os escaninhos da corrupção, num reino onde abundam aumentativos como mensalão, petrolão, covidão e outros.

As queixas dos governadores é mero formalismo ideológico, eis o ponto. Nos últimos dois anos, os balanços dos Estados demonstram como estão com os cofres cheios. A pandemia até emagreceu muitos cidadãos, mas engordou muito o erário. E eles, curiosamente, não se queixaram quando os cofres públicos começaram a fica abarrotados.

Resumo da ópera: independente de onde tenha vindo a ideia de reduzir o ICMS dos combustíveis, o cidadão agradece. Não interessa a cor do gato, importante que pegue o rato. No caso do Brasil, os muitos ratos.