Imaginar que o uso do Empreender em 2014 foi normal e não favoreceu governador é não compreender o papel do TRE, diz Harrison
“Nós vamos continuar insistindo que o Tribunal (Regional Eleitoral) se debruce sobre as provas e que não deixe de se espantar como toda a Paraíba está com esse julgamento”. Declaração do advogado Harrison Targino, após o voto-vista do juiz Antônio Carneiro de Paiva, no julgamento da Aije do Empreender, acompanhando o entendimento do relator, desembargador José Ricardo Porto.
O julgamento, como se sabe, foi suspenso após mais um pedido de vista, desta vez da juíza Michellini Jatobá. Segundo Harrison, é impossível desconhecer que, nas eleições de 2014, Ricardo Coutinho, candidato à reeleição, usou o Empreender de forma temerária: “Houve um aumento de concessão de benefícios de R$ 16 milhões para R$ 31 milhões, numa distribuição de recursos sem critérios.”
E arrematou: “Imaginar que isso é normal e que não favorece a um governador é certamente não compreender que o papel desta Corte é zelar pela igualdade de oportunidade entre os candidatos, e os votos até agora proferidos foram no sentido diverso.” Segundo Harrison, a se manter a decisão, há um precedente perigoso, na medida em que outros gestores, para se reeleger, podem se valer do mesmo expediente escuso, com aval do TRE.
As declarações de Harrisson foram dadas à jornalista Hacéldama Borba.