Inaldo nega envolvimento com o bicheiro Carlinhos Cachoeira
O ex-deputado Inaldo Leitão nega, em longa nota enviada à Imprensa, qualquer envolvimento com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, rebatendo reportagem do jornal Correio Braziliense, que foi reproduzida pelo Blog e vários portais da Paraíba.
A reportagem trazia trecho de uma conversa de cachoeira, em que Inaldo teve seu nome citado, como nome preferido para ser nomeado para o Denatran, com aval do PP. Na nota, Inaldo faz duras críticas ao jornal brasiliense.
Leia nota na íntegra: “A Imprensa no Brasil perdeu todos os limites. Também pudera! Aqui não há sequer uma lei de imprensa. Quando algum parlamentar tem a ousadia de abordar o assunto, um bombardeio de impropérios é despejado sobre sua cabeça. O que os donos da mídia querem é um Brasil sem lei – para eles, claro. Sem lei, fazem e dizem o que querem, segundo seus interesses. E seguem impunes cometendo toda sorte de crime contra a honra das pessoas. O jornalista Sebastião Nery escreveu um livro relatando um rosário de crimes cometidos pela imprensa contra pessoas inocentes num curto período da história. Centenas de livros não são capazes de relacionar todos os cases.
Já fui vítima dessa escola do mau jornalismo que impera no Brasil. Já disseram tanta coisa que não fiz que já perdi a conta. E nem sempre fui ouvido sobre o assunto pautado. Quando fui, vi minhas palavras distorcidas pelo entrevistador, ou melhor, pela empresa jornalística. O Correio Braziliense, um dos poucos sobreviventes dos falidos Diários Associados de Assis Chateaubriand, publicou uma matéria a meu respeito no último domingo 13. Travei com a jornalista que se identificou como Josi o seguinte diálogo:
Ela – Esse celular é do ex-deputado Inaldo Leitão?
Eu – Sim, sou eu mesmo.
Ela – O senhor foi citado numa gravação de Carlinhos Cachoeira, que pediu ao diretor do Detran de Goiás para falar com Pedro Canedo para indicar o seu nome para presidente do Denatran. O que o senhor tem a dizer sobre isso?
Eu – Não conheço Carlinhos Cachoeira, nunca tive relação com Pedro Canedo, jamais vi o diretor do Detran de Goiás e minha indicação para o Denatran foi feita pela PP nacional.
Ela – Por que o senhor não assumiu o cargo?
Eu – Não assumi por razões políticas e porque perdi o interesse. Agradeci a indicação à cúpula do partido e a devolvi. Mas eu quero lhe fazer uma pergunta: tem gravação minha falando com algum desses personagens que a senhora citou?
Ela – Não.
Eu – É impossível ter, pois jamais mantive contato com eles sobre este ou outro assunto.
Ela – A que o senhor atribui essa conversa interceptada pela Polícia Federal?
Eu – Não posso ter certeza, mas a hipótese provável é de que esses bandidos estivessem vendendo um prestígio que não têm, como acontece frequentemente. Até ministros do Supremo são citados por eles!
Ela – Obrigado, qualquer outra dúvida eu ligo para o senhor.
Eu – Pode me ligar quantas vezes quiser. Um abraço.
Se o jornal tivesse um mínimo de respeito pelas pessoas, apreço à verdade e critérios honestos, a matéria sequer tinha ido às suas páginas. Mas foi. E é uma matéria que não diz nada de objetivo contra mim – missão impossível! – mas sugere nas entrelinhas a possibilidade de que eu tivesse procurado essa quadrilha para ocupar o cargo. Se eu tinha a indicação do PP nacional, por que precisaria de uma figura carimbada e mal afamada como esse Cachoeira? Ou qualquer outra pessoa? Para quê? Por quê? Ter o apoio desse marginal, aliás, era o mesmo que pedir para não ser nomeado.
O provinciano Correio Braziliense deve ter saído frustrado dessa história. O “furo” não conseguiu repercutir uma linha sequer nos grandes jornais: Folha, Estadão, O Globo. O nanico jornal vai ter de se conformar com a reprodução da matéria na Paraíba. Um conhecido e esperto blogueiro chapa branca, por exemplo, quis dá dimensão de torre de Igreja a um alfinete retorcido. Veja a manchete dele: Inaldo é fisgado nas águas de Cachoeira. A frase, pretensamente de efeito, é de uma pobreza criativa que dói na inteligência humana. Além de ser mentirosa. Tem nada não. Um dia esse povo também vai ser investigado. E aí…
Bem, Deus sabe o que faz. Não me permitiu ocupar um cargo que nunca pedi, posto ter sido um convite da direção do Partido Progressista, ao qual eu não era nem filiado na época (minha filiação ocorreu no início de outubro do ano passado). Fico imaginando o barulho que iam fazer se eu estivesse hoje no comando do Denatran. No mínimo ia aparecer um requerimento para depor na CPI do Cachoeira. Em seguida, eu pediria exoneração. Por isso é imperioso dizer: obrigado, Senhor, por livrai-me desse mal! Amém.”