INCÊNDIO NA CALVÁRIO Ricardo Coutinho rebate coordenador do Gaeco de que decisão de Gilmar fomenta impunidade e jura: “Não há uma única prova”
O ex-governador Ricardo Coutinho decidiu rebater declarações dadas pelo promotor Octávio Paulo Neto, coordenador do Gaeco, indicando que a recente decisão do ministro Gilmar Mendes (Supremo Tribunal Federal), de mandar suspender ação penal da Calvário e submeter para a Justiça Eleitoral, é um estimulo à impunidade.
Octávio – Segundo Octávio, o ministro Gilmar “se equivocou ao não compreender o modelo de negócio implementado pela Orcrim chefiada por Ricardo Coutinho, ele desconsidera a operacionalização da corrupção sistêmica, creio que esteja acometido por algum viés cognitivo , pena que sua decisão fomenta a impunidade.”
Ricardo Coutinho – Em declarações à Folha de São Paulo (Painel), Ricardo Coutinho disse que não “uma única prova concreta” de sua participação nos “crimes investigados pela Operação Calvário”. E ainda manda um recado a Octávio: “(A Calvário) é uma operação filha do lava-jatismo, que ainda impera no Brasil.”
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Pra entender – Em junho do ano passado, o juiz José Guedes (3ª Vara Criminal) determinou o bloqueio de R$ 20 milhões, de integrantes da organização criminosa desbaratada pelo Gaeco: além do ex-governador, Waldson de Souza, Gilberto Carneiro, Ney Suassuna, também foram responsabilizados Fabrício Suassuna, Aracilba Rocha, Edmon Gomes da Silva Filho, Saulo de Avelar Esteves e Sidney da Silva Schmid.
Segundo o Ministério Público a organização criminosa promoveu o desvio de R$ 134,2 milhões dos cofres públicos nas áreas de Saúde e Educação.
Despacho – Segundo despacho do juiz José Guedes, a acusação inicial foi referente à contratação da Cruz Vermelha gaúcha, em julho de 2011, para terceirizar a administração do Hospital de Trauma.
A denúncia tem, entre outros elementos incriminadores, a delação do lobista Daniel Gomes da Silva, representante da Cruz Vermelha, que entregou mil horas de gravações, em diálogo com Ricardo Coutinho e outros envolvidos.
Em sua delação, Daniel revelou ter pago propinas aos integrantes do esquema, diz a denúncia: “No caso concreto, o grupo atuava de forma organizada e em colaboração. Passaram vários anos na gestão do governo do Estado da Paraíba, havendo fortes indícios de que os contratos indicados nos autos foram realizados de forma fraudulenta, beneficiando os indigitados em aporte financeiro milionário, consoante demonstrado na cautelar.”