Indefinição no PT gera troca de farpas entre Daniela e Almeida
A judicialização do processo eleitoral deste ano segue produzindo querelas. A mais apimentada delas vem de Campina Grande e era previsível. Com as recentes decisões da Justiça, legitimando a candidatura de Alexandre Almeida, pelo PT, a deputada Daniela Ribeiro, que luta para ter o partido em sua chapa, reagiu. E bateu pesado, tanto na Justiça, quando no candidato petista.
Almeida, claro, que ganhou longevidade para seguir tocando sua candidatura a prefeito, como um franco-atirador, revidou usando as armas que Daniela lhe deu: solidarizando com a Justiça, por conta das críticas da candidata, e aproveitando para insinuar destempero em seu comportamento, ante o risco de perder o PT como companheiro de chapa, mesmo tendo apoio da Estadual e da Nacional do partido.
A questão parece ser de vida ou morte, porque até mesmo o secretário-geral da presidente Dilma Roussef, Gilberto Carvalho, foi obrigado a abrir mão temporariamente de seus muitos afazeres em Brasília, para vir a Campina Grande tentar encontrar uma saída pacífica. E, pelo visto, ainda não encontrou, a julgar pela troca de farpas entre Daniela e Almeida, inclusive após sua vinda.
O que tem dito Daniela? De um lado acusa Almeida de “apenas um pau mandado do prefeito (Veneziano)… é assessor do senador do PMDB.” De outro, desfere contra a decisão do juiz Giovani Magalhães Porto (71ª Zona Eleitoral), que excluiu o PT de sua coligação, considerando esdrúxula: “Querem ganhar as eleições com base em decisões judiciais. Será que a justiça da Paraíba vai querer impor a Lula quem é o candidato do PT? Qualquer dia chega uma notificação para Lula dizendo que ele está no partido errado. Isso é uma aberração!”
Almeida aproveitou para revidar: “Esdrúxulas são as pressões e os comportamentos desrespeitosos que tem sido desferidos aos magistrados paraibanos e que demonstram o desespero precoce daqueles que não tem costume em conviver com o Estado Democrático de Direito, onde as regras devem ser respeitadas para que assim os resultados das lides sejam legítimos… Esdrúxulo é desrespeitar os homens de mulheres de bem que fazem parte do Judiciário paraibano apenas por que estes fazem cumprir a Lei e não se dobram aos espíritos absolutistas de alguns”
Tudo resultado da judicialização do pleito deste ano, em grande parte provocada pelos próprios partidos, que se mostram incapazes de seguir suas próprias regras, atender ao que aspira sua militância e se deixam conduzir por interesses que nem sempre coadunam com o que pensa o eleitor. O mesmo ocorre, por exemplo, com o PSC de João Pessoa, que está em duas coligações, por conta da discórdia interna.