Insatisfação nos quartéis III: Governo indicia policiais que cobraram pagamento da PEC 300
O subtenente Lima Braz (presidente das Associação dos Sargentos e Subtenentes) e mais nove policiais militares acabam de ser indiciados pelo Comando da PM, por determinação do Governo do Estado, pelo fato de terem participado das manifestações em favor da aplicação da chamada PEC 300, no ano passado.
É o terceiro epidósio, em menos de uma semana, que tem acirrado o clima de tensão dentro dos quarteis. O primeiro foi a despromoção de mais de 200 soldados, cabos e sargentos. Os policiais, revoltados, impetraram ações junto à Justiça para manterem os postos, a que acreditam ter direito.
O segundo foi a denúncia de privilegiamento na promoção de coronéis. Conforme informações passadas à Imprensa, as promoções que deveriam ter ocorrido por critério de merecimento, na verdade teriam atendido a mandamentos políticos. O Comando foi acusado de furar a fila para apadrinhar aliados.
Agora, vem o indiciamento de policiais que foram à praça defender a aplicação da PEC 300. A atitude do Comando foi criticada pelo Coronel Maquir, presidente da Caixa Beneficente: “Os policiais não podem ser punidos, porque eles não fizeram greve, mas apenas defenderam interesses de sua categoria.”
Pela legislação vigente, só podem ser indiciados os policiais que, eventualmente, tenha participado de movimentos paredistas, o que é vedado para a Polícia Militar. “E não foi o que ocorreu. Isto é um abuso que está sendo cometido contra policiais”, acrescentou o Coronel Maquir, que avisou: “Vamos recorrer, porque não cometeram qualquer ilícito!”