O deputado Hugo Motta (Republicanos) deve estar pensando duas vezes antes de arriscar uma candidatura à reeleição da Câmara, na próxima legislatura, meu caro Paiakan.
Desde que assumiu a presidência da Casa, Hugo tem passado por um rolo compressor da mídia, com denúncias de escândalos em série. E vem da mídia, digamos, mais governista, até a ala mais oposicionista, indicando que está no alvo de muita gente.
Num dia, o caso das funcionárias “laranjas”, noutro o escândalo de obras em Patos, administrada pelo seu pai, o prefeito Nabor Wanderley. Agora, a compra suspeita de um apartamento, avaliado em R$ 7,5 milhões, mas registrado como R$ 125 mil. Dificil sobreviver incólume a todas as denúncias.
Na esferas política, vem sofrendo um bombardeio cerrado dos lados mais beligerantes na Casa. E por uma razão muito simples: Hugo precisava de apenas 50% dos votos mais um para se eleger, mas, talvez por uma vaidade pessoal, preferiu buscar quase o consenso…
Então, como, durante sua campanha, fez promessas para um lado e para outro, simplesmente não consegue cumprir uma pauta governista, sem desagradar a oposição. Da mesma forma, quando pauta matéria da oposição, sobre tiroteio dos governistas. E não existe fórmula mais eficiente para uma fritura da pesada.
E não se pode perder de vista como, nos últimos anos, tem sido uma sina dos presidentes da Câmara, que deixaram o cargo praticamente em desgraça. Poderia citar, por exemplo, Eduardo Cunha e Rodrigo Maia que, praticamente, sumiram do mapa política após seus mandados como presidente.
Resumo da ópera: apesar de estar razoalvelmente bem na Paraíba, do ponto de vista político, em Brasília sobre um processo acentuado de desidratação. Por isso, meu caro Paiakan, já há quem comente que Nabor estaria apenas guardando a vaga de Hugo para o Senado em 2026.
