Jampa Digital: CGU constata prejuízo inicial de R$ 1,6 milhão
A Controladoria Geral da União confirmou que, numa primeira análise da Polícia Federal, restou comprovado o desvio de R$ 1,6 milhão dos recursos que seriam utilizados no programa Jampa Digital, e que o dinheiro foi drenado para financiar a campanha do então candidato Ricardo Coutinho e seu vice, Rômulo Gouveia.
“A gente conseguiu configurar um verdadeiro conluio… no sentido de já direcionar a licitação para a Ideia Digital”, relatou o chefe da CGU na Paraíba, Fábio da Silva Araújo, confirmando o prejuízo aos cofres públicos. Ele arremata, assegurando que tudo “ficou configurado através de perícia da Polícia Federal”, realizada nos últimos meses.
A informação foi repassada ao Jornal Nacional, que, em sua reportagem da última sexta-feira (dia 20), trouxe que o vice-governador Rômulo Gouveia teria, ao tempo em que foi deputado federal, montardo o esquema. E ainda mais: que o projeto inicial estava orçado em astronômicos R$ 39 milhões para instalar o Jampa Digital.
Diz a reportagem: “A Polícia Federal indiciou 23 suspeitos de desviar recursos de um projeto de Internet gratuita em João Pessoa, entre eles o vice-governador Rômulo Gouveia e o publicitário Duda Mendonça. Os investigadores confirmam que o desvio do dinheiro público foi de R$ 1,6 milhão e que foi usado para financiar campanhas eleitorais”.
E segue: “Segundo o inquérito, o esquema foi montado pelo vice-governador da Paraíba, Rômulo Gouveia, do PSD. Em 2009, quando era deputado federal, Rômulo apresentou uma emenda propondo a criação de um projeto chamado Jampa Digital, que deveria levar Internet de graça para João Pessoa. O valor do serviço: R$ 39 milhões. Segundo a Polícia Federal, a empresa Ideia Digital, que acabou ganhando a concorrência, conseguiu desviar parte do dinheiro”.
Ainda de acordo com as investigações, “duas empresas, a Brickell Processamento de Dados e Rigusta Informática, receberam R$ 1,1 milhão da Ideia Digital e que o dinheiro foi usado na campanha do atual governador do estado da Paraíba, Ricardo Coutinho, e do vice, Rômulo Gouveia. A campanha foi feita pelo publicitário Duda Mendonça, que, segundo a Polícia, recebeu os repasses das duas empresas.”
Em São Paulo, os produtores do Jornal Nacional estiveram nos endereços onde deveriam funcionar a Brickell e a Rigusta e descobriram que as empresas não existem. Advogados do publicitário negaram o esquema de lavagem de dinheiro.
O Governo Ricardo Coutinho informou que as empresas investigadas não foram doadoras da campanha, e que as contas das últimas eleições foram aprovadas pela Justiça Eleitoral. Disse ainda desconhecer que o inquérito tenha citado o governador Ricardo Coutinho. E afirmou ainda que o vice Rômulo já prestou “todos os esclarecimentos sobre o caso e que ele não se envolveu em nenhuma fase do projeto”.
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