Justiça Eleitoral julga até casos de calúnia de 2014 mas segue sem o julgamento de AIJEs que pedem a cassação do governador
Impressiona que o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) tenha decidido arquivar, por improcedência, ação de calúnia movida pelo governador Ricardo Coutinho contra o senador Cássio Cunha Lima, pela denuncia de uso de apenados na campanha girassol em 2014. Um revés para o governador, mas uma ação menor, quando existem várias AIJEs (Ação de Investigação Judicial Eleitoral) a espera de um julgamento.
Ou seja, o TRE julga até ações de calúnia, mas não consegue julgar as AIJEs, quase dois anos após a eleição. Fica a indagação: se o TRE tem disponibilidade para o julgamento de ações de pouca relevância, como foi essa de calúnia que o governador perdeu, por que não tem condições de julgar relevantíssimas ações como o caso do Empreender e da PBPrev, que pede a sua cassação?
Fica a impressão de que, na Paraíba dos tempos republicados, reina uma reflexão semelhante a que fazia o personagem Hamlet, de William Shakespeare, no reino da Dinamarca: “Há mais mistérios entre o céu e a terra do que a vã filosofia dos homens possa imaginar.”