Lavagem de dinheiro: PF apreende bens em João Pessoa de conselheiro do Amapá

A Paraiba anda sem sorte. Não bastassem os nossos próprios corruptos, e os tantos escândalos dos últimos tempos, eis que o conselheiro do TCE do Amapá, José Júlio de Miranda Coelho, acha de comandar um esquema de lavagem de dinheiro e vir enxaguar exatamente… na Paraíba. Foi o que fez, segundo nota da Polícia Federal, em operação deflagrada na manhã desta terça (dia 29).

A operação seqüestrou 85 imóveis avaliados em pelo menos R$ 30 milhões, além de ações em bolsas de valores. A Operação Mãos Vazias é um prosseguimento da Operação Mãos Limpas realizada em 2011, quando prendeu o ex-presidente do Tribunal de Contas do Amapá, Júlio Miranda. Todos os imóveis sequestrados pertencem ao magistrado.

A Operação Mãos Limpas culminou com a prisão de várias autoridades importantes dos três poderes no Estado do Amapá, entre eles o ex-governador Waldez Goés (PDT), (licenciado para disputar o Senado) e a sua mulher, Marília Goés, além do governador Pedro Paulo Dias (PP) e esposa.

Também foram presos em Macapá e levados para o Presídio da Papuda, em Brasília, Júlio Miranda, presidente do Tribunal de Contas do Amapá e o atual Prefeito de Macapá, Roberto Goés.

Na época alguns deputados estaduais, entre eles o presidente da Assembleia, Jorge Amanajás, foram conduzidos coercitivamente à sede da PF em Macapá, onde prestaram depoimentos sobre irregularidades investigadas por solicitação da Justiça. Nota da Polícia federal:

“OPERAÇÃO MÃOS VAZIAS”

Cabedelo/PB – A Polícia Federal na Paraíba deflagrou, na manhã de hoje (29/01/2013), operação policial para fins de cumprimento de mandados expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça, em decorrência de inquérito instaurado na Paraíba, com base na Lei de Lavagem de Dinheiro (Lei n. º 9.613/1998), cujo crime de lavagem teria sido cometido, dentre outros, por JOSÉ JÚLIO DE MIRANDA COELHO, Conselheiro-Presidente do Tribunal de Contas do Estado do Amapá, preso na Operação Mãos Limpas, em desfavor de quem já existem indícios de peculato, bem como elementos de prova de ocultação de bens, direitos e valores em cidades diversas, notadamente em João Pessoa/PB. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em João Pessoa/PB e em Brasília/DF, além de mandados de seqüestro de imóveis e de ações em Bolsa de Valores.

Até o presente momento já foram seqüestrados 85 (oitenta e cinco) imóveis, situados em sua maioria na capital paraibana. Os aluguéis dos imóveis, como proventos indiretos de crime, foram bloqueados e serão depositados, doravante, em conta judicial vinculada ao inquérito. Os valores estimados dos imóveis adquiridos ilicitamente que foram seqüestrados superam os R$ 30.000.000,00 (trinta milhões de reais).

Maiores informações poderão ser obtidas junto à Comunicação Social da Superintendência Regional da Polícia Federal da Paraíba.”