Lígia silencia ante declarações de RC mas acordo fechado em 2014 era ela assumir Governo agora
Impressiona o silêncio perturbador da vice-governadora Lígia Feliciano, diante das últimas e agressivas declarações do governador Ricardo Coutinho, afirmando entre outras, que ele “é que foi eleito”, e, portanto, não teria nenhuma razão para deixar o Governo em suas mãos. O detalhe é que esse imbróglio remete a 2014.
Até onde o Blog pode apurar, em 2014, quando ninguém mais queria ser vice de Ricardo Coutinho, então candidato à reeleição, o acordo foi Lígia ser a sua companheira de chapa, na condição de assumir o Governo em abril de 2018. Não teria ficado em papel, “mas implícito”, e teria sido um motivos que levaram o deputado Damião Feliciano a fechar o acordo.
Seria natural Lígia (e Damião Feliciano) querer assumir o Governo. Era essa sua expectativa, quando topou ser sua vice, quando ninguém mais queria. Mas, como se vê, o governador não consegue se desgarrar do poder. Por várias razões. Uma delas, claro, é abrir mão dos instrumentos de intimidação a aliados e adversários. Depois, é perder a capacidade do posso, faço e mando.
E o governador sabe que, se não tiver um aliado confiável no comando do Estado, para evitar eventuais devassas em sua gestão, poderá enfrentar muitos dissabores. E, claro, vai precisar que o substituto siga oferecendo-lhe as ferramentas de controle e intimidação, sem as quais não impõe qualquer liderança, porque sua liderança se pauta, não na admiração, mas no temor.
Finalmente, não irá tolerar que uma substituta passe a ter um tratamento melhor com setores maltratados nos últimos sete anos, como o funcionalismo, apenas para citar um exemplo. Ou ainda que a substituta adote uma postura realmente republicana na relação com a Imprensa, respeito a liberdade de expressão. Uma comparação seria fatal aos seus planos personalistas.
E Lígia, pelo menos para Ricardo Coutinho, parece representar essa ameaça. Mas, o silêncio poderá um preço que, provavelmente se saberá a partir de abril.