Lula lidera disputa para presidente e anti-lulismo dá empuxo a Bolsonaro
A comoção em torno da morte de Dona Marisa até pode ter contribuído com alguns pontos percentuais, mas a verdade é que o ex-presidente Lula continua com muito prestígio junto a grande parcela do eleitorado. Este cenário está claro na mais recente pesquisa MDA, encomendada pela CNT (Confederação Nacional dos Transportes).
Se as eleições fossem hoje, o petista terá nada menos do que 30,5% da intenção de votos, bem à frente de adversários como, por exemplo, Marina Silva (11,8%), do Rede. A surpresa da pesquisa, no entanto, fica por conta do deputado Jair Bolsonaro (PSC) que cravou 11,3%, ou seja, praticamente empatado com Marina. O que não deixa de ser um feito e tanto.
Outra surpresa é o senador Aécio Neves (PSDB), que vem um pouco atrás com 10,1%. Esperava-se mais do tucano, especialmente após a disputa voto a voto contra Dilma, em 2014. Ciro Gomes (PDT) tem 5%, enquanto o presidente Temer (PMDB) aparece com 3,7%, e nem chega a ser propriamente uma surpresa. Ele segue sem empolgar os brasileiros.
O cafife de Lula, aparentemente, segue em alta, seja pelo recall de seu mandato, um dos mais celebrados nos tempos recentes, seja porque o atual Governo não foi capaz, pelo menos até agora, de apresentar uma real perspectiva de alívio à crise que atinge o País, apesar de auspiciosos indicadores como queda da inflação e dos juros.
Bolsonaro, que terminou encarnando o anti-Lula, curiosamente cresce, porque, claramente, há um movimento de crescimento da direita no País. O deputado parece ocupar o lugar que Aécio e outros líderes mais à direita não têm coragem de assumir publicamente, de forma tão enfática. Além do mais, Aécio está claramente avariado, após seguidas citações de seu nome na Lava Jato.
A curiosidade é que o crescimento de Lula, ao tempo em que intensifica o anti-lulismo, ou talvez por isso mesmo, parece puxar Bolsonaro junto.
Serviço da pesquisa – A pesquisa foi realizada entre os dias 8 a 11 de fevereiro. Foram ouvidas 2.002 pessoas, em 138 municípios de 25 unidades federativas, das cinco regiões. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais com 95% de nível de confiança.