Manifestações contra Dilma deste 12 de abril levam menos brasileiros às ruas
AVENIDA PAULISTA – 15 de março de 2015
AVENIDA PAULISTA – 12 de abril de 2015
Havia a convicção, na semana passada, de que se as manifestações convocadas pelas oposições para este domingo (dia 12) fossem maiores do que as de 15 de março, a presidente Dilma dificilmente conseguiria se manter no poder. Pois, se depender desse raciocínio, Dilma ganhou extraordinária sobrevida. As manifestações deste domingo foram bem menores do que no mês passado.
Se em 15 de março cerca de 2,3 milhões de pessoas foram às ruas em todo País, para protestar contra o Governo Dilma, neste domingo (dia 12), menos de 700 mil pessoas se mobilizaram para participar das manifestações em pelo menos 208 cidades do País. Ou seja, apenas um terço. Em São Paulo, que havia cerca de um milhão de pessoas na Avenida Paulista em março, agora meros 275 mil.
A impressão é que as manifestações públicas perderam fôlego, pelo menos por ora. Não quer dizer, obviamente, que passou a insatisfação que atinge grande parcela dos brasileiros em relação à corrupção e aos rumos que o País tomou, mas aparentemente o cidadão se enfastiou de participar de manifestações, quando elas não dão uma resposta mais imediata à sua indignação.
Ou poder ser que, diferente de 1992, quando as pessoas identificavam no vice-presidente Itamar Franco um substituto para o combalido presidente Fernando Collor de Mello, agora não se vê um sucessor com a mesma envergadura moral para dar as respostas aos cidadãos. Michel Temer? Eduardo Cunha? Renan Calheiros? Pelo visto, nenhum deles entusiasma seriamente aos brasileiros.
É possível que esse cenário siga dando sobrevida à presidente Dilma, mesmo ante a insatisfação crescente, afinal o que se tem visto no Brasil dos últimos tempos supera os limites da tolerância, especialmente após o estelionato eleitoral em que todas as promessas da última campanha de 2014 foram descumpridas. Além, é claro, do retorno da inflação, que tem atingido níveis preocupantes.
Apesar de tudo, a indignação dos brasileiros refluiu. Talvez tenha aumentado a desesperança de melhoras. Talvez para terminar em samba, como tudo no País. Ou talvez, para represar e vir mais forte adiante.