Marketing do governador de congelar o próprio salário é sinal de alerta para servidores
Ninguém pode negar que o Governo Ricardo Coutinho não tenha um marketing competente. Na última campanha, por exemplo, convenceu grande número de paraibanos de que o Estado estava uma maravilha sob gestão girassol, inclusive na área de segurança. O resultado está ai. Agora, o governador se prepara para encarar os servidores a golpes de mídia, anunciando congelamento dos próprios salários…
A sinalização é clara para dar um aumento diminuto ao funcionalismo, quando providencia a alegação de ter cortado na própria carne, com o congelamento de seus modestos salários de apenas… R$ 23,5 mil. Iriam para R$ 29,6 mil, quase o mesmo que os ministros do Supremo Tribunal Federal, em R$ 30 935,36. Claro que o governador passará dificuldades com tão baixa remuneração, e haverá uma economia estupenda aos cofres públicos…
Ademais, as despensas da Granja Santana certamente não estão tão vazias, ali onde costumeiramente se estocam lagosta, camarões, carne de primeira e até peixes raros (alguns em extinção). Também não há problemas com transportes. Uma frota garante a sua mobilidade e dos seus. Segurança? Sem problemas, pois há um batalhão de policiais à sua disposição, 24 horas por dia. Então, se tem feira, transporte, saúde (financiada pelo Estado), segurança, que mais um cidadão poderia pretender?
O detalhe é que o governador não pode mais atribuir o desacerto nas contas do Estado ao antecessor, porque seu antecessor, neste caso, foi o próprio. Mas, quando assumiu o Estado, em 2011, trombeteou aos quatro ventos que tinha encontrado as contas do Estado em completo desacerto. Porém, naquela oportunidade não congelou os próprios salários, como agora. Aceitou a benevolência, mesmo como o “Estado quebrado”.
O colunista Felipe Patury, da Revista Época, chegou a registrar o gesto magnânimo do governador em seu Blog (http://goo.gl/zAXSSy), onde diz: “O governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), decidiu congelar o próprio salário, o do vice e os dos secretários de estado. Os reajustes dos vencimentos do poder Executivo e do Legislativo em 26% tinham sido aprovados pela Assembleia no final do ano passado para vigorar agora em janeiro. O salário do governador subiria de R$ 23,5 mil para R$ 29,6 mil mensais. O salário dos secretários vai continuar em R$ 17,6 mil, e não os R$ 22,3 mil previstos. Coutinho vetou apenas os reajustes da sua alçada e deixou para os deputados estaduais a decisão sobre os próprios vencimentos. As diárias de viagens de servidores também foram cortadas em 60%.”