Ministério Público arquiva investigação contra Aldo Pagotto
O Ministério Público da Paraíba, em decisão unânime do Conselho Superior do MPPB, decidiu arquivar o processo investigatório criminal contra o ex-arcebispo Dom Aldo Pagotto e outros padres, que foram acusados da prática de pedofilia. O procedimento seguia em segredo de Justiça. Mas, segundo o MP, as denúncias não foram confirmadas.
Conforme o procurador Francisco Sagres, que pediu o arquivamento do processo, houve prescrição da denúncia, já que o adolescente, pretensamente vítima de abuso, não registrou queixa até completar a maioria, ou seja, 18 anos. A legislação brasileira, segundo o procurador, estabelecia um prazo para denúncia de abuso sexual contra crianças e adolescentes.
O procedimento, porém, ainda pode ser reaberto, segundo entendimento do Ministério Público da Paraíba, caso surja algum fato novo. O procedimento foi iniciado a partir de uma iniciativa do procurador do Trabalho, Eduardo Varandas, em julho de 2016. Varandas ouviu o testemunho de potenciais vítimas de exploração sexual de crianças e adolescentes por padres e seminaristas.
Histórico – Tudo começou com uma carta enviada por uma mulher ao Vaticano, em 2015, relatando que Dom Aldo mantinha relação afetiva e sexual com um jovem de 18 anos e ainda avalizava o relacionamento de padres e seminaristas com crianças e adolescentes. Houve, então, visitas canônicas à Paraíba e o então arcebispo teve parte de suas prerrogativas suspensas.
Dom Aldo então apresentou uma carta de renúncia, que foi aceita pela Congregação para os Bispos e um decreto do Papa Francisco foi emitido. O Papa então nomeou Dom Genival Saraiva de França como Administrador Apostólico da Arquidiocese. Em março de 2017, o Papa Francisco nomeou Dom Manoel Delson como novo arcebispo da Paraíba.