MISTÉRIO EM BANANEIRAS Movimentação atípica leva força-tarefa da Calvário ir até propriedade de Coriolano suspeita de ser de Ricardo Coutinho
O Ministério Público recebeu denúncia, na noite da última segunda (dia 14), indicando a ocorrência de movimentação atípica e suspeita em propriedade registrada em nome de Coriolano Coutinho, no sítio Angicos, em Bananeiras. A propriedade, conforme suspeitas, pertenceria, na verdade, ao ex Ricardo Coutinho. O imóvel, como se sabe, encontra-se sequestrado no âmbito da Operação Calvário.
Até onde o Blog pode apurar, uma força-tarefa foi acionada pelo Gaeco, diante da informação que estaria ocorrendo algum evento no referido imóvel (que está sequestrado) e uma “possível reunião de um ou mais investigados com lideres políticos da região, deste modo para aferir o regular cumprimento das cautelares e para verificar se estaria ocorrendo alguma subtração ou depredação, houve o deslocamento, uma vez que havia indícios de violação e crimes na aplicação das cautelares , bem como zelar pelos imoveis sequestrados”.
Policiais foram até o local para averiguações, com é habitual nesse tipo de circunstâncias. Porém, apesar de terem acesso à propriedade, não conseguiram acessar a casa que, de forma inusitada, encontrava-se com todas as luzes acesas, inclusive potentes holofotes, algo que, aliás, chamou atenção dos moradores das redondezas. O vigilante da propriedade, curiosamente, alegou não ter as chaves da casa.
Incomodado com a ação do Gaeco, o caseiro José William Andrade Pinto chegou a prestar um Boletim de Ocorrência, após o imóvel ter sido vasculhado pela força-tarefa. A suspeita é que o vigilante teria prestado BO, orientado por Coriolano e seus advogados.
Sequestro – O desembargador Ricardo Vital, relator dos feitos da Operação Calvário, como se sabe, determinou, no início de agosto último, o sequestro de R$ 134,2 milhões nas contas do ex Ricardo Coutinho e demais envolvidos na organização criminosa que foi desbaratada pelo Gaeco. Trata-se do valor apurado pela força-tarefa relativo ao desvio de recursos da Saúde, especialmente através de organizações sociais, como a Cruz Vermelha gaúcha e o Ipcep.
Ocultação de propriedade – As investigações do Gaeco identificaram que Ricardo Coutinho teria tentado ocultar bens, logo após a decretação da Operação Calvário, em 14 de dezembro 2018. Segundo a denúncia, em 5 de janeiro de 2019, ou seja, menos de 20 dias depois, o ex-governador passou um de seus imóveis, um apartamento em Cabo Branco, para seu filho Ricardo Cerqueira Leite Vieira Coutinho (Rico Coutinho).
Segundo as investigações, o sítio Angicos, que não consta na relação de seus bens, seria na verdade de sua propriedade. Conforme dados levantados pela força-tarefa, além das contas de energia (boleto da Energisa) da fazenda estar em seu nome, foi possível encontrar documentos, indicando a entrega de mercadorias em seu nome, no mesmo sítio, comprovando a sua propriedade no imóvel.