MISTÉRIO NO MP… Que forças ocultas estariam operando para barrar julgamento de anulação de medalha dada a Ricardo Coutinho?
Recentes críticas do ex-governador Ricardo Coutinho ao Gaeco, tachando a Calvário de “operação filha do lava-jatismo”, voltaram a incendiar os bastidores do Ministério Público da Paraíba. Ricardo Coutinho, como se sabe, rebateu declarações do coordenador Octávio Paulo Neto.
Integrantes do Gaeco voltaram a indagar que forças ocultas estariam atuando, nos bastidores, para impedir o Colégio de Procuradores de votar um pedido de anulação de medalha concedida pelo Ministério Público no apagar das luzes de 2018 a Ricardo Coutinho, precisamente em 4 de dezembro.
Forças ocultas – Pelo que circula nos bastidores do MP, “forças ocultas” estariam impedindo o Colégio de votar o processo que, inclusive, já tem parecer do procurador Francisco Sagres Macedo Vieira que seria, até onde o Blog apurar, pela anulação da comenda.
Há quem comente ainda, extraoficialmente, que o ex-governador teria enviado mensagem a alguns membros do MP, indicando que poderia não ficar muito satisfeito caso a comenda venha mesmo a ser retirada. Pode ser, pode não ser. A verdade é que, em alguns momentos, Ricardo Coutinho esteve, enquanto governador, muito próximo de personagens do MP.
Pra entender – Após a deflagração da Calvário, que se seguiu à prisão de Ricardo Coutinho, e, posteriormente, às medidas cautelares com o uso de tornozeleira, o defensor e policial aposentado José Espínola da Costa protocolou petição pela revogação do certificado e da medalha. Nas alegações, Espínola pontuou que, “sendo ele o chefe de uma organização criminosa, não cabe ter tal honraria”.
E ainda: “Isso é inconcebível, sobretudo após a Paraíba ficar sabendo que o ex-governador Ricardo Coutinho era, na verdade, chefe de uma organização criminosa, a homenagem perde sua razão e seu objetivo que é o de agraciar quem de fato prestou relevantes serviços ao órgão e a sociedade paraibana”.
Comenda – A medalha José Américo de Almeida foi criada pelo Ministério Público da Paraíba em 1997 precisamente para homenagear personalidades. A medalha é dividida em três categorias: Alta Distinção (folheada em ouro é a mais elevada), Distinção em prata e Bons Serviços.
Ricardo Coutinho recebeu a de alta distinção. Portando, foi de se supor que, na avaliação da PGE, o ex-governador merecia toda a distinção por sua “atuação” como gestor. A ironia foi que o próprio órgão que concedeu a honraria também esteve por trás (via Gaeco) da Operação Calvário, que o levou à prisão.