Morde e assopra: a estratégia indo e voltando de RC em relação a Cartaxo
Tem sido tipo indo e voltando a estratégia do governador Ricardo Coutinho e seus aliados em relação ao prefeito Luciano Cartaxo. Ora, tentam capturar o prefeito insinuando apoio à sua eventual candidatura ao Governo do Estado em 2018, ora desdenhando de sua candidatura, inclusive acrescentando como ingrediente potencial várias críticas à sua administração. Morde e assopra.
Mas, o que impera nessa estratégia é um elemento político da alta octanagem que compromete a integral desenvoltura nos entendimentos: na hipótese de Cartaxo renunciar a seu mandato de prefeito, em abril do próximo ano para disputar o Governo, irá assumir Prefeitura de João Pessoa um adversário ferrenho do governador, o vice-prefeito Manuel Júnior.
E não é preciso dizer muito sobre o que poderá acontecer. Num cenário assim, é bastante improvável um apoio de Manuel Júnior a uma chapa integrada por Ricardo Coutinho. No máximo, um apoio unilateral apenas à candidatura de Cartaxo, o que, obviamente, não estaria nos planos de RC. Portanto, esse é um elemento impeditivo importante.
Então, entre os girassóis tem vicejado outra proposta a Cartaxo. Que seria ele permanecer na Prefeitura e indicar seu irmão, Lucélio, para integrar a chapa. É uma possibilidade. Mas, Lucélio estaria em condições de uma disputa com essa envergadura? Além ao mais, permanecendo na Prefeitura, Cartaxo ficaria, ao final de sua gestão, sem mandato por dois anos.
E até os pombinhos da Praça dos Três Poderes sabem como 2018 é a grande chance de Cartaxo, o Luciano, realizar o seu sonho de chegar ao Governo do Estado. Deixar mais pra frente pode ser uma aposta com muitos mais riscos.
Então, diante desse cenário, o governador e seus aliados operam, claramente, com uma estratégia indo e voltando, talvez na tentativa de desmobilizar Cartaxo (em relação a ele próprio), dividir as oposições e levar o jogo até mais adiante, para aproveitar o que restou dos destroços, e então realmente se definir.