Morte de Rômulo é um desfalque significativo na política do Estado
Eu conheci Rômulo Gouveia, ainda adolescente, em Campina Grande, mas já militando em movimentos sociais. Era evidente a sua vocação política. Assim, da Sociedade de Amigos do Bairro do Alto Branco para a Câmara Municipal foi um salto, e, dali, após mandato como presidente da Casa, Rômulo foi para a deputação estadual, presidência da Assembleia, vice-governador, deputado federal.
E sempre com uma militância expressiva. Rômulo gostava de servir. De temperamento cordato, não alimentava inimizades. Adversários, sim. Inimigos, não. Nem mesmo quando se envolveu em duas acirradas disputas pela Prefeitura de Campina contra Veneziano. Talvez seu maior percalço nem tenha sido as duas derrotas, mas a relação azeda com o governador Ricardo Coutinho, quando seu vice.
Era também de seu temperamento a conciliação. Mesmo quando “perdeu” seu então pré-candidato a governador, Luciano Cartaxo (então no PSD), para o PV, Rômulo tencionou as relações com o prefeito que apoiou desde a reeleição. Pelo contrário, de imediato, fez uma leitura civilizada do processo e cuidou de promover a recomposição. Era seu estilo. Feitos assim tornaram Rômulo aceito por todos.
A bancada da Paraíba sobre um sério desfalque com seu falecimento, especialmente neste particular aspecto da convivência democrática, respeitando os contrários. E perde um parlamentar operoso, que estava sempre em busca de recursos para o Estado.
Falecimento – Conforme as primeiras informações desta manhã de domingo (dia 13), Rômulo vinha tratando de uma infecção urinária, quando sofreu o infarto fulminante, e faleceu após ser socorrido para o Hospital Antônio Targino. Rômulo deixa a esposa, deputada Eva, e os filhos Lucas, Pablo, Robson e Rômulo Filho. Em nota, a família anunciou seu falecimento..
Nota de falecimento da família…
“É com profundo pesar que comunicamos o falecimento do deputado federal Rômulo Gouveia, presidente estadual do PSD. Seu velório acontece a partir da tarde deste domingo no cemitério Campo da Paz e o sepultamento na tarde desta segunda-feira.
Rômulo foi vítima de um infarto fulminante. Após uma semana hospitalizado, para tratar uma infecção urinária, ele recebeu alta na noite deste sábado. Ao sentir os sintomas do infarto, o deputado foi socorrido para o hospital Antônio Targino, mas não resistiu.
Rômulo foi vereador de Campina Grande, presidente da Câmara, deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, vice-governador da Paraíba e atualmente era o quarto-secretário da Câmara Federal, tendo recebido a maior votação para ocupar um cargo da Mesa Diretora na história do Congresso Nacional.
Filho de José Antônio de Gouveia e Berenice de Almeida Gouveia. Rômulo era casado com a pedagoga e ex-deputada estadual Eva Gouveia. Ele também era pai de quatro filhos: Robson, Lucas, Pablo e Rômulo Filho.
Rômulo Gouveia foi administrador, bacharel em Direito e funcionário público, foi presidente SAB (Sociedade de Amigos de Bairro) do Jardim Tavares em Campina Grande e da UCES (União Campinense de Equipes Sociais). Em 1989 foi convidado para ocupar o cargo de coordenador da Merenda Escolar da 3ª Região de Ensino em Campina Grande, depois, Diretor Regional da Companhia Estadual de Habitação Popular em 1991, até entrar na política em 1992 quando foi eleito vereador.”