MOTIM NO PT Dirigentes criticam imposição de Cartaxo e dizem que sua candidatura não representa petismo
A homologação do nome de Luciano Cartaxo para disputar a Prefeitura de João Pessoa pela Executiva Nacional não foi sem traumas. Uma ala expressiva do partido, liderada pelo presidente estadual, Jackson Macedo, emitiu nota criticando a escolha e sinalizando que a decisão por Cartaxo irá dividir (ainda mais) o partido.
Há uma sena acumulada com Cartaxo, desde que ele abdicou de disputar as prévias internas contra a deputada Cida Ramos. Na nota, vários dirigentes afirmam que a candidatura de Luciano “não representa o projeto petista e não cumprirá o papel de enfrentar fortemente a extrema-direita”.
E criticam o modo como foi decidido: “A imposição de uma candidatura que não respeita as regras e as instancias locais do PT, sem diálogo com a esquerda e os setores progressistas, não será capaz de unificar o PT em João Pessoa, muito menos empolgar a militância e aqueles que têm a esquerda e o Governo Lula como referências”
CONFIRAM ÍNTEGRA DE NOTA…
O Partido dos Trabalhadores tem um grande desafio nas próximas eleições municipais. Será um momento muito importante para aferirmos a situação política do Brasil e o nível de embate com os setores conservadores e da extrema-direita. Para tanto, é necessário que a condução política tenha como estratégia a consolidação do projeto nacional, assim como agentes políticos capazes de unificar o partido nos milhares de municípios do país.
Dessa forma, a participação das instâncias municipais, estaduais, grupos políticos locais, setoriais, tendências, agrupamentos e a militância petista são fundamentais para que o projeto seja colocado em prática. Para a definição dos candidatos do nosso partido nos municípios, um calendário de atividades, encontros e prévias estavam previstos. Mesmo sendo da nossa Direção Nacional a “última palavra” sobre tal posição.
Porém, infelizmente, nem o direito estatutário da “primeira palavra” ou de opinar, foi garantido as instancias locais do PT de João Pessoa. Tudo isso, divide o partido, além de enfraquecer e desestimular nossa militância.
Logo, no momento em que a candidatura a prefeito de João Pessoa é definida sem considerar a estratégia política nacional, a participação democrática das instâncias (estadual e municipal) a opinião dos filiados, além de nossas regras estatutárias, fica evidente que tal candidatura não representa o projeto petista e não cumprirá o papel de enfrentar fortemente a extrema-direita.
A imposição de uma candidatura que não respeita as regras e as instancias locais do PT, sem diálogo com a esquerda e os setores progressistas, não será capaz de unificar o PT em João Pessoa, muito menos empolgar a militância e aqueles que têm a esquerda e o Governo Lula como referências.
Por fim, ao tempo em que acatamos a deliberação nacional, reafirmamos nosso compromisso com as transformações que Lula busca promover no Brasil. Mas é importante alertar que candidaturas impostas e que não representam os filiados do PT se configuram num erro tático que enfraquece o projeto nacional, podendo acarretar em consequências graves para o nosso partido.