Motorista da campanha de RC confirma ter recebido dinheiro do esquema do Jampa
Quem não lembra do motorista Eriberto França, que revelou pagar as despesas pessoais de Collor de Mello, com dinheiro de uma conta fantasma mantida por PC (Paulo César Farias) e que acelerou o impeachment do presidente? Pois, surgiu um outro motorista, agora no Caso Jampa Digital. Seu nome: Roberto Gomes Silva Filho.
Em depoimento à Polícia Federal, Roberto revelou ter trabalhado na campanha de Ricardo Coutinho, em 2010, e que recebeu seus pagamentos (no valor de R$ 3,3 mil) de uma empresa fantasma, a Brickell e que foi pago por um executivo da Mkpol, empresa de marketing político do publicitário Duda Mendonça, que trabalhou para RC no 1º turno da campanha.
A revelação bombástica está publicada na edição de desta quarta-feira (dia 31) do jornal O Estadão, sob o título “Motorista liga verba pública a campanha de governador”. Registra ainda: “Testemunha diz ter recebido de empresa fantasma ligada a Duda Mendonça que é suspeita de ‘lavar’ dinheiro de contrato superfaturado em João Pessoa.”
Reportagem na íntegra: “A empresa fantasma, segundo a PF, é a Brickell Internet e Processamento de Dados Ltda, operada, durante a campanha, por um executivo da Mkpol, empresa de marketing político do publicitário Duda Mendonça, que prestou serviços a Coutinho durante o 1.º turno.
Segundo a PF, a empresa fantasma camuflou repasses de dinheiro saído de um contrato entre a Ideia Digital e a Prefeitura de João Pessoa quando ela era administrada por Coutinho.
Em 2009, a prefeitura contratou a Ideia por R$ 6,6 milhões para instalar o programa Jampa Digital – distribuição de internet grátis para a população carente de João Pessoa. Laudo pericial aponta superfaturamento de R$ 1,662 milhão. A Brickell ficou com R$ 800 mil.
O motorista Roberto Gomes Silva Filho disse à PF que conduzia a equipe de filmagens da campanha de Coutinho. Servidor da Universidade Federal da Paraíba, ele recebeu três pagamentos da Brickell, no total de R$ 3,3 mil. O pagador foi Samuel Vieira Martins, motoboy funcionário de Duda. Ele fez depósitos em diversas contas que somaram R$ 104,7 mil.
“Não dá para imaginar que o candidato não tenha noção de onde vêm os recursos para sua campanha, mesmo porque ninguém se aventura em uma candidatura dessa natureza sem que tenha um respaldo financeiro certo”, afirmou em despacho à Justiça o procurador regional da República Domingos Sávio Tenório de Amorim.
O procurador suspeita que o vice de Coutinho, Rômulo Gouveia (PSD), se beneficiou. “Há uma ligação íntima entre a empresa Ideia, a fantasma Brickell, Duda, Ricardo Coutinho e Gouveia, que fatalmente decorre do direcionamento dos recursos desviados do projeto Jampa em prol das candidaturas dos mesmos ao governo da Paraíba”, escreveu Amorim.
“O sr. Ricardo Coutinho terminou como o grande beneficiário da maior parte dos recursos desviados, utilizados que foram na sua vitoriosa campanha a governador”, afirma o procurador. “Os recursos vindos da empresa fantasma foram destinados ao pagamento dos empregados de empresa que participou da campanha política do governador.” Mais em http://bit.ly/19xhxq1.