NA BAHIA Governador sugere por Bolsonaro e seguidores “em vala” e ex-presidente reage: “Discurso carregado de ódio”

Mais um embate na área. Tudo começou quando o governador Jerônimo Rodrigues (BA), durante uma solenidade cidade de América Dourada (BA), na sexta-feira (02/05), declarou que deveria colocar o ex-presidente Bolsonaro e todos os seus apoiadores como retrosescavadeiras numa vala.

Disse precisamente: “Tivemos um presidente que sorria daqueles que estavam na pandemia sentindo falta de ar. Ele vai pagar essa conta e quem votou nele podia pagar também. Fazia no pacote. Bota uma ‘enchedeira’. Sabe o que é uma ‘enchedeira’? Uma retroescavadeira. Bota e leva tudo para vala.

A praça política entendeu que encher uma retroescavadeira com eleitores de Bolsonaro e “levar tudo para vala” significaria, em tese, enterrá-los, vivos ou mortos. E foi assim que o ex-presidente e seus aliados entenderam, dai Bolsonaro reagiu nas redes sociais, rebatendo a declaração que considerou discurso de ódio.

E disse: “Um discurso carregado de ódio, que, em qualquer cenário civilizado, deveria gerar repúdio imediato e ações institucionais firmes. Mas nada aconteceu. Não houve abertura de inquérito, nem busca e apreensão, tampouco convocação da Polícia Federal para apurar incitação à violência. Nenhuma nota de repúdio do STF, nenhuma indignação de ministros que se dizem interessados no assunto, nenhuma capa de jornal tratando o caso como ‘ameaça à democracia’.”

Arrematou: “Agora imagine se um apoiador de Bolsonaro dissesse algo remotamente parecido, ou usasse a palavra ‘vala’ em qualquer contexto. Seria manchete, prisão, processo por ‘discurso golpista’ e ‘incitação ao ódio’. O padrão é claro: só há crime quando convém ao sistema, só há repressão quando o alvo é a oposição. Esse tipo de discurso, vindo de uma autoridade de Estado, não apenas normaliza o ódio como incentiva o pior: a violência política, o assassinato moral e até físico de quem pensa diferente.”

Na tarde de ontem, Jerônimo recuou: “Se o termo vala e o termo trator foi pejorativo ou foi muito forte, eu peço desculpa. Não foi a minha intenção, eu não tenho problema algum de poder registrar quando há excessos na palavra, movido pela indignação.”