NA PRÉ-CAMPANHA Como Cícero Lucena e Ruy Carneiro reagem diante das adversidades
Dois atores da disputa à prefeitura de João Pessoa, meu caro Paiakan, estiveram no noticiário dos últimos tempos, mas, curiosamente, com reações bem diferentes.
Primeiro, o caso do deputado Ruy Carneiro, que, em fevereiro último, foi condenado a 20 anos de prisão pelo juiz Adilson Fabrício (2ª Vara Criminal), além do ressarcimento de R$ 750 mil aos cofres públicos, por fraudes na licitação para compra de carteiras da empresa Desk e o cometimento dos crimes de peculato, fraude em licitação e lavagem de dinheiro.
Mais recente, o caso envolvendo a filha do prefeito Cícero Lucena, a secretária-executiva Janina (Saúde), alvo de busca e apreensão na Operação Mandare. A força-tarefa das Polícias Federal e Militar investiga, no âmbito da operação, suposto esquema de favorecimento de condenados na administração municipal, para permitir o acesso a determinadas áreas de João Pessoa, dominadas pelo crime organizado.
De um lado, quando condenado, Ruy reagiu afirmando ter estranhado a decisão da Justiça: “Querem me calar, porque sabem que posso derrotá-los.” A insinuação de que o juiz Adilson Fabrício teria se deixado influenciar por seus adversários, para decretar a condenação, causou imenso mal-estar no Judiciário. Adilson é conhecido com juiz linha dura e avesso a influências políticas em suas decisões.
De outro lado, quando da eclosão da Operação Mandare, Cícero veio a público anunciar colaboração irrestrita com as investigações da força-tarefa, e ainda anunciou a abertura de procedimentos administrativos para apurar responsabilidades no âmbito da Prefeitura, e punição aos eventuais cumpados, “independente de quem esteja envolvido”.
Ou seja, meu caro Paiakan, duas reações bem diferentes. Com a palavra o eleitor.