
Em seu mais recente périplo por Brasília, Ricardo Coutinho fez questão de se encontrar com a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, com quem, conforme relatos, tratou de seu retorno ao partido.
Lula quer, a direção nacional quer. Mas, tem uma pedra no caminho: petistas locais não querem. Não significa que isso será impedimento à volta de Ricardo Coutinho ao partido do qual foi enxotado em 2000.
Se Lula e Gleisi querem, vão impor. São favas contadas. Basta relembrar o que aconteceu, nas eleições do ano passado, quando impuseram a candidatura de Ricardo Coutinho a prefeito, tentando fulminar Anísio Maia.
Por isso mesmo, ficou uma sena acumulada, eis a verdade. O reingresso do ex-governador poderá não ser uma tarefa simples. Há muitas resistências, por conta de seu conhecido estilo grosseiro, trombador e agressivo.
Anísio foi o mais incisivo, quando indagado sobre eventual retorno de Ricardo Coutinho: “Não assinarei sua ficha!” E ainda ironizou: “Para voltar no PT, ele teria que justificar a sua decisão, pois o PT não está aberto para receber qualquer pessoa…”
Além do mais, os deputados Anísio e Frei Anastácio firmaram aliança com o governador João Azevedo. Uma aproximação que permitiu o retorno de um petista ao governo, na secretaria de Agricultura Familiar…
Mas, também uma espécie de antídoto contra Ricardo Coutinho que, ao perceber a estratégia dos deputados, acelerou suas críticas contra João, a quem se refere como traidor, para não dizer outros adjetivos impublicáveis.
Resta saber se Lula e Gleisi vão pagar pra ver. Ou será melhor deixar o ex-governador onde ele está, no PSB, com prestígio perto de zero. Mas, com a possibilidade de uma aliança entre os dois partidos para 2022.