NO BREJO Como Bananeiras se tornou um oásis de desenvolvimento e um destino obrigatório na Paraíba

A cerca de 140 quiômetros de João Pessoa há um surpreendente oásis de crescimento econômico. Como uma cidade de pouco mais de 23 mil habitantes conseguiu tanta notoriedade, atraindo vultuosas investimentos e transformando a região num novo Eldorado da indústria turística e imobiliária?

Um dos indicadores está no PIB de Bananeiras, e estamos falando de Bananeiras, que foi a R$ 108 milhões  em 2023, segundo o IBGE. O município chega a ter 80 mil pessoas, durante o São João, E foi, disparado, a cidade da região que mais implantou condomínios de alto padrão em menos de duas décadas.

Qual, afinal, o segredo para o sucesso de Bananeiras, uma cidade, que há alguns anos, tinha sua economia pautada basicamente na agricultura, com engenhos e plantações de bananas? Quem conversa com o professor e empresário Alírio Trindade Leite, vai entender como o marco zero desse boom começou em 2006.

Foi em 2006 que o empresário instalou um hotel e também o primeiro condomínio da cidade, que, aliás, segue como o único campo de golpe do Estado. O tempo mostrou como sua aposta, inicialmente tratada como quixotesca, foi o motor que alavancou a economia local, atraindo centenas de investidores da Paraíba e Rio Grande do Norte.

Junto com os condomínios vieram os investimentos em restaurantes, hotéis, segurança e a constituição de uma estrutura voltada para o receptivo de visitantes, como uma bucólica rua no centro da cidade, vedada ao trânsito de veículo, que aquece a noite fria da cidade, com seus bares e muita animação.

Uma conversa com o empresário em seu Engenho Moenda revela o quanto Bananeiras superou tantos desafios para, enfim, se constituir num relevante polo turístico para os amantes do frio, da boa culinária, dos vinhos, cachaças de qualidade e, sobretudo, aqueles que buscam tranquilidade num cenário diferenciado.

Para além de sua vocação, com a produção de aguardentes, a cidade tem um dos climas mais atrativos do Nordeste. Pode-se dizer que Bananeiras chega a superar Gravatá, outra cidade de proposta similiar em Pernambuco. Com temperatura anual média em torno de 21 graus, Bananeiras virou roteiro, inclusive é uma das principais cuidades do projeto Caminhos do Frio.

Hoje, Bananeiras, e também a vizinha Solânea, têm mais de uma dezena de condomínios, restaurantes de elevado padrão gastronômico e uma programação turística, com visita a engenhos de cana-de-açúcar, trilhas e uma natureza ainda muito, muito preservada. É um combo de atrações para quem busca o frio e a tranquilidade.

Aliás, a simbiose entre as duas cidades (Bananeiras e Solânea), que se completam na proposta de desenvolvimento turístico, assemelha-se muito ao que ocorre com Gramado e Canelas, no Rio Grande do Sul. O fato é que Bananeiras tornou-se, com todos os méritos, um destino obrigatório, além do belo litoral da Paraíba, hoje um dos principais apelos para visitantes de todo o País.

Apoio público – Um dos vetores que promoveram a atração de investimentos foi a iniciativa da Prefeitura, na gestão da então prefeita Marta Ramalho, concedendo dez anos de isenção de IPTU para construção de novas unidades residenciais (o que estimulou os condomínios) e cinco anos de isenção de ISS para bares, restaurantes e hotéis.

Também foi instituída a isenção do IPTU para quem investisse nos prédios tombados, com o detalhe que a isenção seria condicionada a reserva de 70% para a mão de obra local. Deve-se ressaltar, por fim, o tombamento da área do Centro Histórico pelo IPHAEP, além da promoção de eventos festivos para atrair o visitante.