NO MESMO PALANQUE Cartaxo pode disputar o governo em 2022 por frente de esquerda com Lula e Ricardo Coutinho
Há poucos dias, uma frente com seis partidos anunciou uma “Unidade Democrática” para “enfrentar o governo Bolsonaro”. O agrupamento anunciado é composto pelo PV, PT, PSB, PCdoB, PSol e UP.
Nessa configuração, ficou evidente que o ex-prefeito Luciano Cartaxo, sendo o chefe do PV no Estado, pavimenta com esta frente, uma reaproximação com o ex-governador Ricardo Coutinho e, claro, com seu ex-partido, o PT.
Há poucos dias, Cartaxo sinalizou essa flexibilização quando, quando questionado pela Folha de São Paulo, admitiu que, neste momento, é preciso ter grandeza para “aparar arestas e superar divergências”.
Nas eleições de 2014, Cartaxo e Ricardo Coutinho firmaram parceria, em torno da reeleição de RC e da candidatura de seu irmão Lucélio ao Senado. E ficaram dúvidas se o então governador atuou como deveria para eleger Lucélio.
Porém, mal assentou a poeira das urnas e já Ricardo Coutinho disparava contra Cartaxo, recusando, primeiro, a indicar integrantes de seu partido para a gestão de Cartaxo, depois abrindo uma guerra aberta.
Farpas não faltaram também quando, por exemplo, deixou o PT, em setembro de 2015. Era o período mais agudo de desgaste do partido, na esteira das manifestações de 2013 e o iminente impeachment de Dilma.
Cartaxo foi atacado por setores petistas, criticando sua adesão ao PSD de Gilberto Kassab, no plano nacional, e do então deputado Rômulo Gouveia, no plano estadual. Cartaxo revidou as pancadas e seguiu em frente.
Em março de 2018, Cartaxo deixou o PSD e assumiu o PV na Paraíba. E, naquele mesmo ano, lançou seu irmão Lucélio candidato ao governo do Estado. Foi derrotado pelo candidato de Ricardo Coutinho, João Azevedo.
Nas eleições do ano passado, Ricardo Coutinho Cartaxo chegaram a ensaiar uma parceria para a disputa da prefeitura. No fim, Cartaxo lançou Edilma e Ricardo Coutinho saiu em faixa própria. Deu no que deu.
Agora, eis que surge, novamente, a possibilidade de uma aproximação, unindo o PV de Cartaxo, o PSB de Ricardo Coutinho e o PT de Lula. Sob a bandeira do antibolsonarismo. Neste cenário, Cartaxo deverá disputar o governo.
Ricardo Coutinho, como se sabe, está inelegível até novembro de 2022. Resta aguardar o andamento das negociações.