No mundo da lua: quanto mais RC diz que a violência diminui, mais aumenta
Tem sido comovente o esforço do Governo Ricardo Coutinho para tentar convencer os paraibanos de estar conseguindo reduzir os índices de violência no Estado. Ainda bem que a população não parece estar acreditando nessa cantilena. Há uma distância abissal entre a realidade das ruas, onde campeia a insegurança, e a ficção do discurso.
Aliás, nem precisa ir tão longe. O próprio secretário Cláudio Lima (Segurança) que, em algumas oportunidades, usa de uma franqueza dolorosa (para o Governo), afirmou que a violência está fora de controle. Porque é o óbvio. Não há rigorosamente um paraibano que não tenha uma história de violência pra contar envolvendo um parente ou um amigo.
Impressiona, no entanto, o governador RC insistir nessa história de estar reduzindo a criminalidade. E ai, quem diz o que quer, termina ouvindo o que não quer. Ao comentar as declarações do governador e seu secretário sobre a redução da criminalidade no Estado, o deputado Raniery Paulino chegou a comentar que os dois devem “estar no mundo da lua”.
Não é pra menos. Ora, não há um só final de semana na Grande João Pessoa em que não se registre mais de uma dezena de assassinatos. Tem sido assim. Como enfatizou o deputado Anísio Maia: “Não adianta a propaganda que o Governo faz sobre redução da criminalidade, quando os fatos terminam depondo com os números, seria melhor procurar resolver o problema”.
Resultado: a Paraíba tem sido manchete nas principais publicações do País, com o registro humilhante do aumento da violência, batendo praças que, até bem pouco tempo, lideravam a criminalidade como São Paulo, Rio de Janeiro ou Pernambuco. Não bastasse a gastança da Granja, com a lagosta e o camarão, ainda mais liderar um ranking deplorável como esse da violência.
O Governo RC precisa ter humildade para reconhecer que não teve, pelo menos até agora, a competência necessária para enfrentar o problema. Pois, apesar de ser um problema nacional, vários outros Estados, como São Paulo e Pernambuco, vêm reduzindo (de forma efetiva) a criminalidade.
Na hora que o nosso ínclito, preclaro e insigne governador tiver humildade para reconhecer que não conseguiu cumprir o que prometia na campanha (com toda bazófia) resolver em seis meses de gestão, terá dado o primeiro passo para encontrar alternativas não fictícias de enfrentar o problema. Como, aliás, gestores mais honestos e competentes têm conseguido.